O Ministério da Saúde confirmou ao jornal "Público" que avançou com um "estudo aprofundado" sobre o que considera serem "excessos de mortalidade mais recentes".
O estudo vai abranger os últimos dois anos, os primeiros com a pandemia de Covid-19.
"Considerando os períodos de que se têm vindo a registar desde 2020, e tendo-se identificado a necessidade de estudar, com maior detalhe e profundidade, as causas destas mortes em excesso, o Ministério da Saúde está a trabalhar na preparação de um estudo aprofundado sobre os factores determinantes da mortalidade e dos excessos de mortalidade mais recentes”, anuncia o ministério em questão.
De acordo com a nota enviada ao jornal, o padrão da mortalidade "sofreu uma alteração após o início da pandemia, com o aumento da mortalidade anual, que poderá resultar de relações sinérgicas entre vários factores”.
O número de óbitos registados em julho em Portugal, que totalizou 10.657, aumentou 21% face ao mesmo mês de 2021 e 4,5% relativamente a junho deste ano, segundo dados preliminares divulgados esta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
Em julho de 2022, foram registados 10.657 óbitos, mais 459 face ao observado no mês anterior (+4,5%) e mais 1.850 do que em julho de 2021 (+21,%). Relativamente ao número de óbitos devido à covid-19, os dados revelam que diminuiu para 453 em julho, menos 525 relativamente a junho de 2022, representando 4,3% do total de óbitos.
Antes do início da pandemia, os excessos de mortalidade eram normalmente associados a "fenómenos climatéricos extremos, como o calor ou o frio extremo, e a epidemias de gripe”.
“Estes excessos de mortalidade eram, geralmente, mais elevados em Portugal do que na média europeia, afectando, predominantemente, os grupos etários mais velhos", termina