Depois da quebra em 2018, estão a aumentar as listas de espera para cirurgia no Serviço Nacional de Saúde (SNS). Desde o início do ano registou-se uma subida de 18%.
De acordo com a imprensa desta manhã, pela primeira vez ultrapassou-se a marca de 50 mil de utentes que aguardam por uma intervenção cirúrgica para além do prazo máximo de resposta previsto na lei.
No total há cerca de 245 mil pessoas à espera.
É nas especialidades de cirurgia vascular, ortopedia, otorrinolaringologia e no tratamento para a obesidade, que a espera ultrapassa um ano nalguns hospitais.
O Governo garante que as unidades hospitalares estão a fazer mais consultas e cirurgias, mas a avaliação do plano de recuperação só será feita no início do próximo ano.
Em resposta a um pedido de esclarecimento da Renascença, a Administração Central do Sistema de Saúde enviou um comunicado onde afirma que as “entidades do SNS têm vindo gradualmente a aumentar o movimento assistencial”.
Segundo o mesmo texto, em outubro de 2019, os hospitais públicos aumentaram a sua produção por comparação ao período homólogo, registando mais 1,7% de consultas médicas (total de 10.380.946) e mais 4,2% de cirurgias nos hospitais do SNS (total de 587.337).
“Realça-se que o aumento de entradas em lista de espera para cirurgia é uma consequência de múltiplos fatores, como o aumento do acesso às consultas, associado ao envelhecimento da população, ao aumento de morbilidades, entre outros fatores que têm aumentado a pressão sobre a procura nas unidades do SNS”, pode ler-se.
De acordo com a Administração
Central, os tempos médios de resposta nas entidades do SNS
para consulta e cirurgia estão estáveis. “Em 2019, a percentagem de consultas
realizadas dentro dos tempos máximos de resposta garantidos mantém-se nos 71% e
a média do tempo de espera dos doentes operados mantém-se nos 3,3 meses”.