A marca alemã Volkswagen vai recolher os 11 milhões de carros a diesel com software, que falseava o desempenho dos motores relativamente às emissões poluentes.
O novo administrador do grupo, Matthias Mueller, revelou que os carros equipados com o dispositivo vão ser chamados à oficina. Os clientes vão ser contactados nos “próximos dias”.
Segundo os analistas, esta operação terá um custo de cerca de 6,5 mil milhões.
A Renascença já tentou saber junto da SIVA, a representante da marca em Portugal, se há portugueses nesta lista, mas ainda aguarda uma resposta.
A VW sublinha que os seus carros estão seguros para circular, garantindo estar a trabalhar para encontrar uma solução técnica para os veículos afectados, o mais rapidamente possível, e apresentá-la ao regulador.
Na sequência do escândalo, o Ministério dos Transportes japonês quer que a Toyota, Nissan, Mazda e a Mitsubishi Motors verifiquem se os carros respeitam as normas de emissões. Foi-lhes dado até sexta-feira para apresentarem um relatório.
O grupo Volkswagen em Espanha suspendeu, por tempo indeterminado, a venda de veículos da Audi, da Seat, da Skoda e da própria Volkswagen. A decisão aplica-se aos automóveis com motores diesel manipulados e é avançada esta terça-feira pelo jornal “El Mundo”.
Entretanto, a Audi, a Skoda e Seat já admitiram ter veículos em todo o mundo equipados com o software ilegal.
A 18 de Setembro, a Agência de Protecção do Meio Ambiente dos Estados Unidos acusou a Volkswagen de falsear o desempenho dos motores em termos de emissões de gases poluentes através de um software incorporado no veículo, incorrendo numa multa que pode ir até aos 18 mil milhões de dólares (cerca de 15,9 mil milhões de euros).
Dois dias depois, a VW reconheceu ter falseado os dados em 11 milhões de veículos. Na semana seguinte, o presidente executivo da Volkswagen, Martin Winterkorn, pediu a demissão e, na sexta-feira passada, a empresa anunciou a nomeação de Matthias Mueller, presidente da Porsche, como novo presidente executivo do grupo.
"Gap" noutras marcas
Um estudo revela "abismo" entre testes anti-emissões e desempenho real dos carros.
A investigação, da autoria da European Federation for Transport and Environment (AISBL), entidade que trabalha com a Comissão Europeia, foi divulgado segunda-feira pelo “Dinheiro Vivo”, revela que a Volkswagen "é ponta do iceberg" e que a "Mercedes, BMW e Peugeot distorcem dados".
O diário online reforça ainda que a Volkswagen "foi a primeira a ser descoberta, mas está longe de ser a única gigante da indústria automóvel a manipular os testes de emissões de gases poluentes".