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A Procuradoria da Comarca de Leiria anunciou esta sexta-feira que aumentou para 16 o número de arguidos no inquérito que investiga os incêndios de junho de 2017 em Pedrógão Grande, norte do distrito de Leiria, que provocaram 66 mortos.
"No âmbito do inquérito onde se investigam as circunstâncias que rodearam os incêndios de Pedrógão Grande, foram constituídos mais três arguidos. Assim, o processo tem, neste momento, 16 arguidos, todos pessoas singulares", refere a informação da Procuradoria publicada esta sexta-feira no seu sítio na Internet.
A mesma nota reafirma que neste inquérito, dirigido pelo Ministério Público do Departamento de Investigação e Ação Penal de Leiria, "estão em causa factos suscetíveis de integrarem os crimes de homicídio por negligência e ofensas corporais por negligência".
A Procuradoria reitera que o inquérito, em segredo de justiça, "encontra-se em avançado estado de investigação, tendo já sido realizadas inúmeras diligências, sobretudo de caráter pericial, e ouvidas mais de duas centenas de testemunhas".
Nesta investigação, o Ministério Público é coadjuvado pela Polícia Judiciária.
Os incêndios que deflagraram na zona de Pedrógão Grande, norte do distrito de Leiria, em junho de 2017, provocaram 66 mortos: a contabilização oficial assinalou 64 vítimas mortais, mas houve ainda registo de uma mulher que morreu atropelada ao fugir das chamas e uma outra que estava internada desde então, em Coimbra, e que acabou também por morrer. Houve ainda mais de 250 feridos.
Em dezembro, foram constituídos arguidos o comandante dos bombeiros de Pedrógão Grande, Augusto Arnaut, e o segundo comandante distrital de Leiria, Mário Cerol.
Em 2 de maio, a Procuradoria-Geral Distrital de Coimbra (PGDC) informou que o número de arguidos naquela data eram seis.
"O inquérito relativo aos incêndios de Pedrógão Grande tem seis arguidos. Dois haviam sido constituídos em dezembro último [de 2017]. Os restantes quatro, três deles ligados à área de gestão de combustíveis e um às operações de comando de combate ao incêndio, foram constituídos e interrogados como arguidos nos últimos dias de abril", anunciou na ocasião.
No mesmo dia, num esclarecimento enviado à Lusa, a Ascendi Pinhal Interior informou ter "conhecimento de que dois dos seus colaboradores afetos a esta subconcessionária foram ouvidos em interrogatório e constituídos arguidos no âmbito da investigação" aos incêndios de Pedrógão Grande e concelhos limítrofes.
Posteriormente, em 11 de junho, foi anunciado que o número de arguidos tinha aumentado para dez e, ainda no mesmo mês, a 20 de junho, o número de arguidos subia para 13.
Então, o ex-presidente da Câmara de Castanheira de Pera Fernando Lopes e o presidente da Câmara de Figueiró dos Vinhos, Jorge Abreu, confirmaram à Lusa que foram constituídos arguidos.
Em outubro, os incêndios rurais que atingiram a região Centro fizeram 50 mortes, a que se somam outras cinco registadas noutros fogos, elevando para 121 o número total de mortos em 2017.