O empresário norte-americano John Textor, que pretende comprar 25% do capital social da SAD do Benfica, revelou, esta terça-feira, que suspendeu a transação até depois das eleições no clube.
"Eu e o Sr. [José António dos] Santos concordámos em suspender a nossa relação contratual até depois de os associados do Benfica terem escolhido o seu presidente", escreveu o empresário no Twitter.
John Textor e o empresário José António dos Santos, conhecido como "Rei dos Frangos", anunciaram, no dia 14 de julho, terem chegado a acordo para a transferência de 25% das ações da Benfica SAD, um negócio que custará ao norte-americano cerca de 50 milhões de euros.
As eleições do Benfica estão marcadas para o dia 9 de outubro. O prazo para Textor concretizar a compra termina em novembro.
Direção do Benfica veta entrada de Textor na SAD
A 16 de julho, a Direção do clube anunciou que, na condição de detentor de ações de Categoria A no capital da SAD, opunha-se ao negócio.
A compra de 25% do capital da SAD por parte de John Textor depende de aprovação prévia em assembleia geral (AG) com voto favorável do clube. Assim, a Direção do Benfica "declara considerar inoportuna esta operação, pelo que à mesma se oporá, no exercício dos seus direitos e deveres", caso venha a ser sujeita a deliberação em AG da SAD.
"Neste contexto, a Direção do Sport Lisboa e Benfica esclarece ainda que considera inoportuno receber, de maneira formal ou informal, o Sr. John Textor nesta altura", podia ler-se no referido comunicado.
José António dos Santos é um de quatro arguidos da operação "cartão vermelho", que investiga suspeitas de vários esquemas de fraude que causaram prejuízos à SAD do Benfica, ao Novo Banco e ao Estado português, através de impostos não cobrados e injeções de capitais públicos no Novo Banco e de financiamento ao Fundo de Resolução. Financiamentos suscetíveis de configurar "crimes de abuso de confiança, burla qualificada, falsificação, fraude fiscal e branqueamento".
Também são arguidos Luís Filipe Vieira, ex-presidente do Benfica, Tiago Vieira, o filho, e o agente de futebol Bruno Macedo. A investigação envolve financiamentos e negócios que superam os 100 milhões de euros.