O Presidente da República está preocupado com a evolução da pandemia e disse mesmo que houve “laxismo” sobretudo este domingo.
Marcelo Rebelo de Sousa falava no debate com o candidato presidencial apoiado pela Iniciativa Liberal, Tiago Mayan Gonçalves, que o acusou de desconfiar dos portugueses e de insistir em declarações de estado de emergência que estão a conduzir o país à “destruição económica”.
O debate sobre as respostas à pandemia e, em concreto, sobre o estado de emergência marcou a parte final do debate, que decorreu na RTP, e mostrou as diferenças entre os candidatos.
Marcelo considerou que há uma “situação muito preocupante” no Reino Unido e saudou as medidas tomadas já na Madeira devido à nova variante da Covid-19.
“Não há duvida de que há uma pressão outra vez sobre os internamentos e sobre os cuidados intensivos e que justifica porque é que há a preocupação de uma renovação por 8 dias [do estado de emergência]para depois olhar para os números com atenção, ver se eles não vão galopar, quando vierem os números do natal e do fim do ano porque a sensação que tenho é que houve um laxismo, sobretudo hoje…. Isso obriga a que a renovação seguinte seja uma renovação atenta”, disse o Presidente e candidato à reeleição.
Questionado pelo moderador Carlos Daniel sobre um novo confinamento, Marcelo diz que é preciso esperar. “A ideia é evitar até ao limite que isso aconteça, mas temos de ouvir os especialistas”, respondeu o Presidente, manifestando-se também preocupado com a evolução da pandemia sobretudo nos lares. E aí aproveitou para questionar o seu adversário. “Aí está um exemplo, como é que um sistema liberal enfrentava a situação dos lares, que é setor social financiado pelo Estado?”
Tiago Mayan Gonçalves não respondeu diretamente. “O estado de emergência do sr. Presidente é do país que está a enfrentar a destruição económica e social por causa do estado de emergência”, acusou o candidato liberal, para quem os portugueses mostraram responsabilidade ainda antes de o Governo e o Presidente tomarem medidas. “O sr. Presidente escolhe desconfiar dos portugueses”, continuou Tiago Mayan.
Mayan critica, Marcelo contra-ataca
O debate começou com Tiago Mayan Gonçalves ao ataque a acusar Marcelo Rebelo de Sousa de ser um “ministro da propaganda” do Governo. “A única coisa que move o sr. Presidente é a sua popularidade”, afirmou o candidato liberal.
“A popularidade é-me completamente indiferente”, respondeu Marcelo, garantindo que o que o move é a estabilidade do país.
Tiago Mayan insistiu nas críticas. “O sr. é um candidato dos donos disto tudo”, acusou, levando Marcelo a contra-atacar desafiando a dizer que leis é que vetaria de todas aquelas que o atual Presidente promulgou.
O candidato liberal deu um único exemplo: a lei que permite a eleição dos presidentes das comissões de desenvolvimento regional pelos autarcas. Marcelo defendeu a bondade da lei, considerando uma evolução a escolha daqueles responsáveis pelos autarcas.