Transportes. Portas desafia Bloco a fazer queixa no Ministério Público
08-09-2015 - 23:13

Entrega a privados da gestão das empresas de transportes públicos foi um dos temas "quentes" do debate entre o líder do CDS e Catarina Martins, do Bloco de Esquerda.

O vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, desafia a porta-voz do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, a apresentar queixa ao Ministério Público se tiver algum facto sobre irregularidades na concessão a privados das empresas de transportes.

“Senhora deputada, eu tenho-a ouvido falar em negociatas. Se tem alguma informação relevante ou algum facto a comunicar dirija-se ao Ministério Público e que tenha a consistência suficiente para ser aberto um inquérito”, disse o líder do CDS num debate para as legislativas realizado na SIC Notícias.

Para Paulo Portas, “fazer insinuações, dizer que são negociatas e coisas muito estranhas, isso não tem nada a ver com Estado de Direito, tem a ver com factos”.

Catarina Martins respondeu com uma pergunta e um exercício de memória: “Acha que um ajuste directo de uma empresa de milhões a um mês das eleições é normal? Lembra-se que em 2011 era contra os ajustes directos?”

A porta-voz do Bloco de Esquerda referia-se à concessão do Metro do Porto e da Sociedade de Transportes  Colectivos do Porto (STCP).

O debate começou com Catarina Martins a lembrar a Paulo Portas os compromissos de há quatro anos, o que fez com que o líder do CDS respondesse com o apoio do Bloco ao Syriza na Grécia.

“Não me lembro de ouvir Paulo Portas, do ‘Partido dos Pensionistas’, dizer que ia cortar nas pensões ou Paulo Portas, do ‘Partido dos Contribuintes’, dizer que ia aumentar o IRS em 30%”, afirmou a deputada bloquista, recordando promessas quebradas pelo Governo.

Na réplica, o líder do CDS afirmou que os cidadãos avaliam actualmente o BE pelo modelo que o partido tinha até há um mês. “Esse modelo chamava-se Grécia, Tsipras e Syriza”, atirou Paulo Portas.

Catarina Martins esclareceu que não concorda com o plano de austeridade delineado para a Grécia. “Não mudaram os princípios do Bloco e não mudou aquilo que nós defendemos.” 

“É importante um caminho de uma alternativa na Europa. Uma Europa que tem 50% de desemprego jovem é uma Europa que está num beco sem saída. O doutor Paulo Portas talvez gosto do beco sem saída. Eu não gosto”, sublinhou a porta-voz do Bloco de Esquerda.

As eleições legislativas estão marcadas para 4 de Outubro.