As emissões de CO2 provenientes de fontes de energia aumentaram 0,9% em 2022, atingindo um recorde de mais de 36,8 mil milhões de toneladas. A informação está no relatório publicado esta quinta-feira pela Agência Internacional de Energia (AIE).
Ainda assim, a subida das emissões globais de CO2 relacionadas com a energia, foi abaixo do nível esperado, devido ao crescimento da energia verde e das tecnologias.
A crise energética provocada pela guerra na Ucrânia, o ressurgimento de fenómenos meteorológicos extremos e as dificuldades sentidas no funcionamento de vários reatores nucleares, levaram ao aumento da utilização do carvão e receou-se, como consequência, uma escalada das emissões de CO2, no entanto, a utilização da energia solar e da eólica, dos automóveis elétricos em rota ascendente, juntamente com uma maior eficiência energética e ainda outros fatores, contribuíram para o abrandamento das emissões.
De acordo com a AIE, as energias renováveis foram responsáveis por 90% do crescimento da produção de eletricidade e as novas infraestruturas energéticas de baixo teor de carbono conseguiram evitar 550 milhões de toneladas de CO2.
Por outro lado, o aumento dos preços do gás, na Ásia e na Europa, obrigou a população a recorrer com mais frequência ao carvão, provocando um aumento de 1,6% das emissões provenientes desta fonte de energia.
No entanto, na UE, as emissões globais diminuíram 2,5%, como resultado da uma política de implantação recorde de energias renováveis, enquanto na Ásia se registou um aumento de 4,2% devido ao crescimento económico. A China foi exceção, nesta zona geográfica e manteve o nível de emissões, por conta das restrições da Covid.
A análise da AIE, realizada com base em dados públicos franceses, concluiu que as emissões de energia mantêm, contudo, uma “trajetória de crescimento insustentável”, que continua a contribuir para as alterações climatéricas.
O diretor da agência, Fatih Birol, disse que o crescimento das emissões de combustíveis fósseis dificultam os objetivos climáticos globais e também que “As empresas internacionais e nacionais de combustíveis fósseis estão a obter receitas recorde e devem assumir a quota-parte de responsabilidade” e pede uma ação mais enérgica.