A Polícia Judiciária (PJ) identificou e recuperou em Portugal um bebé de três meses que terá sido trazido do Brasil por um português que, entretanto, foi detido naquele país por tráfico internacional de seres humanos.
Fonte da Direção Nacional da PJ adiantou à Lusa que, em novembro passado, o português regressou ao Brasil, tendo em vista trazer para Portugal um outro recém-nascido, o que levou à sua detenção.
O bebé "está em boas condições de saúde, tendo sido entregue em casa de acolhimento", acrescentou a mesma fonte.
A Polícia Judiciária adianta, em comunicado, que "colaborou ativamente com a Polícia Federal do Brasil na localização de uma menor, com três meses de idade, que tinha sido transportada de S. Paulo, no Brasil, para a cidade de Valongo, numa situação que pode consubstanciar a prática dos crimes de tráfico de pessoas e falsificação ou contrafação de documentos".
Na segunda-feira, as autoridades brasileiras detiveram "um cidadão português, de 50 anos de idade, empresário, sem antecedentes criminais, indiciado pelos crimes acima indicados, tendo sido presente às competentes autoridades judiciárias e ficado sujeito à medida de coação de prisão preventiva".
O suspeito recebeu uma quantia em dinheiro e, em finais de outubro, conseguiu "registar uma menina, com menos de um mês de vida, como sendo sua filha biológica, com falsificação dos documentos necessários para este registo, bem como outros documentos que lhe permitiam, desde logo, a regulação do poder paternal, guarda da menor e seu transporte para Portugal".
De acordo com a PJ, "a bebé foi trazida para Portugal em 24 de outubro e ficou a residir com este indivíduo e o seu cônjuge na zona metropolitana do Porto".
Em finais de novembro, "o mesmo suspeito regressou ao Brasil e realizou o mesmo procedimento, tendo em vista conseguir idêntico resultado com outro recém-nascido, desta vez do sexo masculino, o que levou à sua detenção".
A bebé foi agora localizada pela Polícia Judiciária "em boas condições de saúde, na companhia do cônjuge, tendo sido entregue em casa de acolhimento".
Este indivíduo, um empresário de 44 anos sem antecedentes criminais, foi constituído arguido e interrogado.