Apesar de dizer que não sabe se será candidato já em 2024, André Villas-Boas escancara as portas de uma candidatura ao FC Porto no futuro.
“Em 2020, estava na Rússia, uma pessoa que ainda trabalha no FC Porto enviou-me uma mensagem a dizer: ‘Sei que um dia vais ser presidente do FC Porto.’ Eu nunca tinha pensado no assunto. Mas a forma como aquilo jogou no meu cosmos e alterou as minhas emoções foi algo que senti como um destino que tenho de cumprir”, referiu.
O antigo treinador dos dragões acrescenta: “As exigências de ser presidente do FC Porto são únicas, pela responsabilidade de uma pessoa que construiu o nosso portismo, da maior parte das pessoas que estão aqui. O nosso portismo foi reformatado graças a essa pessoa. Portanto, obriga a uma performance que acarreta consigo uma série de desenquadramentos pessoais, que já vivi”.
Villas-Boas falou à margem da QSP Summit, num painel sobre liderança em tempos desafiantes, que se realiza esta quinta-feira, em Matosinhos.
"Quero ter um papel ativo, como sócio votante que sou, sócio de 45 anos. Se é como candidato ou não, não sei... Não posso responder se serei ou não candidato. Se tenho as qualidades para o ser? Prefiro que sejam os outros a dizer isso", referiu ainda.
André Villas-Boas recorda: “Em 2020 quando assinei o livro de candidatura do presidente Pinto da Costa fi-lo com muito gosto e consideração e sentido de pertença. Foi as eleições em que teve mais rivais e sentiu mais a proximidade de um voto silencioso que começa a crescer”.
Villas-Boas lembra que quando fez essa declaração “o presidente fez outra, em que possivelmente não se candidataria se eu avançasse para a presidência do Porto porque via em mim as capacidades e características pessoais, de personalidade e de sócio e adepto do FC Porto necessárias para uma função dessa importância”.
Por isso, o ex-técnico dos azuis e brancos admite que “estamos aqui em duas verdades ou duas inverdades, ou com duas pessoas que potencialmente vão fazer algo que disseram que não iam fazer. vamos ver. nesta fase não posso adiantar muito mais do que é a minha evolução contínua e o FC Porto tem neste momento temas muito mais importantes para o seu futuro e para a sua sustentabilidade económica”.
Questionado diretamente sobre de que dependeria a sua candidatura, Villas-Boas não deixa dúvidas: "Se eu me apresentasse e vissem em mim no pós-programas eleitorais essas capacidades, eu assumiria tendo a noção do que obriga, porque já fui treinador e sei o sentido de responsabilidade que é liderar um clube com 17 milhões de adeptos e uma massa associativa de 130 mil sócios. São muitas responsabilidades e os passos têm de ser bem calculados e medidos. Tem de ser feita uma análise forense para essa candidatura".