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As crianças que adoecem com Covid-19 raramente apresentam sintomas de longo prazo e a maioria recupera em menos de uma semana, indica uma investigação do King's College London.
Menos de uma em cada 20 crianças infetadas apresentou sintomas durante mais de quatro semanas e quase todas recuperaram totalmente em oito semanas, indica o estudo realizado entre março de 2020 e fevereiro de 2021, com um enfoque especial entre setembro de 2020 a fevereiro de 2021, coincidindo com a reabertura das escolas e o pico da onda de inverno.
Foram analisadas mais de 250 mil crianças entre os 5 e os 17 anos, sete mil das quais com sintomas consistentes de Covid-19 e um teste positivo.
A doença teve uma duração média de cinco dias em crianças entre os 5 e os 11 anos e de sete dias em menores dos 12 aos 17 anos. Menos de um em 20 (4,4%) apresentou sintomas por quatro semanas ou mais, enquanto apenas um em 50 (1,8%) teve sintomas duraram mais de oito semanas.
Os cientistas concluíram assim que, embora doença prolongada exista em idades mais jovens, é pouco frequente. Dores de cabeça e cansaço foram os sintomas mais observados, bem como dor de garganta e perda do olfato.
Não houve relatos de sintomas neurológicos, como ataques ou convulsões.
Os dados do estudo refletem a realidade vivida nos hospitais e unidades de saúde, afirma um especialista do Royal College of Paediatrics and Child Health.
Pelo contrário, e de acordo com a mesma equipa de investigadores, um em cada sete adultos infetados apresentou sintomas durante quatro semanas e um em cada 20 ficou doente durante oito semanas ou mais.
“Sabemos, por outros estudos, que muitas crianças que contraem o novo coronavírus não apresentam qualquer sintoma e será reconfortante para as famílias saber que as crianças que adoecem com Covid-19 provavelmente não sofrerão efeitos prolongados”, afirma a investigadora Emma Duncan.
“Esta investigação confirma que um pequeno número de menores tem uma longa duração da doença, embora essas crianças também geralmente recuperem com o tempo. Esperamos que nossos resultados sejam úteis para médicos, pais e escolas e, claro, para as próprias crianças afetadas. Também é importante lembrar que existem outras doenças infecciosas que podem deixar as crianças doentes por muitas semanas, e essas não devem ser esquecidas”, sublinha esta professora de Endocrinologia Clínica da School of Life Course Sciences.
O estudo sobre os efeitos de longo nas crianças já foi revisto por pares e publicado na terça-feira no jornal “Lancet Child and Adolescent Health”.