O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), D. Manuel Clemente, disse esta segunda-feira em Fátima que a realização de uma Jornada Mundial da Juventude (JMJ), em Lisboa, é o reconhecimento do “dinamismo e compromisso” dos jovens católicos no país.
“Há vários anos que na CEP e fora dela se falava de tal possibilidade e aspiração. O mais determinante foi, porém, o crescente desejo de tantos jovens católicos, militantes em comunidades e movimentos, para que tal acontecesse mesmo e a partir do seu próprio dinamismo e compromisso”, assinalou o cardeal-patriarca de Lisboa, no discurso de abertura da 196ª Assembleia Plenária do episcopado católico.
A JMJ, maior encontro mundial de jovens promovido pela Igreja Católica, vai decorrer pela primeira vez em Portugal, no verão de 2022; a decisão foi anunciada pelo Vaticano, no último mês de janeiro, no final da JMJ que se realizou no Panamá.
Segundo D. Manuel Clemente, o Papa espera que o evento em solo português seja “de evangelização ativa e missionária por parte dos jovens, que assim mesmo reconhecerão e testemunharão a presença de Cristo vivo”.
"Na verdade, quem estiver atento ao que acontece entre as realidades juvenis católicas, dentro e fora do meio estudantil, com ligações internacionais (JMJ, Taizé, etc.) e em ações missionárias (Missão País e outras) e de voluntariado, dentro e fora de Portugal, compreenderá que aí mesmo reside a base e o impulso para o que acontecerá com os jovens e para os jovens, de Portugal e do vasto mundo católico que aqui se fará presente."
A agenda do encontro dos bispos católicos portugueses prevê ainda momentos de informação e diálogo sobre a cimeira dedicada à proteção de menores, promovida pelo Papa, que reuniu presidentes de episcopados e responsáveis de institutos religiosos sobre casos de abusos sexuais e diretrizes para a gestão dessas situações, no último mês de fevereiro.O presidente da CEP citou várias passagens da exortação apostólica pós-sinodal ‘Christus Vivit’, publicada a 25 de março, na qual Francisco “destaca o protagonismo dos próprios jovens”.
“Acolhemos inteiramente tudo quanto o Santo Padre decidiu e decida neste campo. Como aliás o vimos fazendo, também no seguimento do que estabelecemos em 2012 [ano em que a CEP publicou as suas diretrizes para casos de abuso sexual de menores]”, disse D. Manuel Clemente.
Após ter completado 75 anos de idade, D. Rino Passigato, Núncio Apostólico em Portugal desde 2008, vai despedir-se da sua missão como representante diplomático da Santa Sé.
“Agradeço o acompanhamento constante que nos tem prestado, trazendo-nos, também deste modo, a presença do Santo Padre e a estreita ligação à Sé de Pedro. Muitas felicidades, Senhor D. Rino, para a sua futura vida pessoal e eclesial”, referiu o presidente da CEP.
Após o encerramento da Assembleia, esta quinta-feira, vai decorrer uma conferência de imprensa, pelas 14h30, na qual será apresentado o comunicado final.
A CEP foi formalmente reconhecida a seguir ao Concílio Vaticano II, em 1967, com a ratificação pela Santa Sé dos primeiros Estatutos aprovados na Assembleia Plenária de 16 de maio, revistos posteriormente em 1977, 1984, 1999 e 2005; é o conjunto dos bispos das dioceses que, para melhor exercerem as suas funções pastorais, põem em comum preocupações e experiências, acertam critérios de ação e coordenam esforços.
Conferência Episcopal recorda valores como defesa da vida e direitos laborais, em ano de eleições
O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, D. Manuel Clemente, disse hoje em Fátima que os católicos devem recordar valores como defesa da vida e direitos laborais, ao tomarem decisões em ano de eleições europeias e legislativas.
No discurso de abertura da Assembleia Plenária da CEP, a primeira de 2019, o cardeal-patriarca de Lisboa falou, entre outros temas “da defesa da vida, dos nascituros aos idosos”, e “das condições materiais e laborais que a garantam”, passando ainda pela liberdade religiosa, a luta contra a corrupção, as migrações e a ecologia.
O responsável convidou à reflexão sobre o “indispensável papel do Estado” e “a sua subsidiariedade em relação às iniciativas dos cidadãos e dos grupos, no campo educativo e social”.
Em ano de eleições europeias e legislativas, os bispos católicos vão debater a carta pastoral ‘Um olhar sobre Portugal e a Europa, à luz da doutrina social da Igreja’.
Segundo D. Manuel Clemente, os vários pontos a discutir, no encontro que decorre até quinta-feira, são “apresentados como contribuição para os momentos eleitorais que se seguem” na União Europeia e em Portugal.
A 196ª Assembleia Plenária da CEP vai também discutir o tema da preparação para o matrimónio, na sequência da exortação apostólica ‘Amoris Laetitia’, do Papa Francisco, e o acompanhamento dos casais jovens.
A nova carta pastoral sobre o tema vai deixar “uma série de indicações necessárias e práticas para a preparação do matrimónio, atinentes à maturidade e ao relacionamento mútuo; ao projeto familiar, ao respetivo amadurecimento e à superação de conflitos; à comunidade cristã como lugar de entreajuda e celebração familiar; à doutrina sobre o sacramento, suas propriedades e fins”, adiantou D. Manuel Clemente.
"Na sociocultura envolvente há muita contradição com a proposta matrimonial e familiar cristã. Por isso – como quando há dois milénios começámos – importa que esta seja claramente apresentada aos que desejam segui-la."
A CEP foi formalmente reconhecida a seguir ao Concílio Vaticano II, em 1967, com a ratificação pela Santa Sé dos primeiros Estatutos aprovados na Assembleia Plenária de 16 de maio, revistos posteriormente em 1977, 1984, 1999 e 2005; é o conjunto dos bispos das dioceses que, para melhor exercerem as suas funções pastorais, põem em comum preocupações e experiências, acertam critérios de ação e coordenam esforços.Após o encerramento da Assembleia, esta quinta-feira, vai decorrer uma conferência de imprensa, pelas 14h30, na qual será apresentado o comunicado final.