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O Hospital do Espírito Santo de Évora (HESE) é um dos hospitais do país a sentir o aumento da pressão resultante do período do Natal e da passagem de ano. A confirmação é dada pela presidente do Conselho de Administração (CA), Maria Filomena Mendes.
“O serviço de urgência (SU) tem tido dias em que o número de doentes para serem atendidos, é quatro vezes mais do que a sua capacidade, o que condiciona o nosso trabalho”, admite a responsável.
“Enquanto não tivermos observado os doentes que estão dentro da própria urgência, não temos capacidade para receber os outros doentes que estão a chegar nas ambulâncias e muitas vezes são muitas ambulâncias até da mesma corporação, o que implica que fiquem operacionais para outros serviços também urgentes”, prossegue.
Declarações feitas aos jornalistas, depois de na ultima terça-feira, o comandante dos Bombeiros Voluntários de Mourão, na página da instituição no Facebook, ter revelado que havia várias ambulâncias da corporação “retidas no Hospital de Évora, com utentes dentro, há mais de 3 horas por não haver espaço na urgência COVID”.
Realçando a “parceria excecional” que o hospital já tem com os bombeiros, Maria Filomena Mendes, defende que, numa altura como esta, é necessário “criar uma rede de colaboração e atendimento”, para “espaçar no tempo a chegada das ambulâncias, para que o hospital através do seu SU possa também ir gerindo a afluxo de doentes que tem”.
Também esta semana, no Alentejo, a ministra da Saúde alertava para o facto do país estar a enfrentar uma nova "fase de imensa pressão" no Serviço Nacional de Saúde (SNS), antevendo que os próximos dias vão ser "muito duros", devido ao crescimento de casos de covid-19.
Cenário que o estabelecimento hospitalar alentejano experienciou no inicio da semana, anunciando no ultimo domingo que, "devido ao extraordinário aumento de afluxo de doentes" na Área Dedicada aos Doentes Respiratórios do Serviço de Urgência Geral (ADR SU), os doentes com covid-19 ou suspeitos de infeção pelo novo coronavírus não deviam ser encaminhados para aquela unidade, recorrendo a outros hospitais da região.
Doze horas e muitos esforços depois, o HESE conseguiu normalizar o afluxo aos serviços e voltou a receber estes doentes, contudo o estabelecimento hospitalar continua a registar um “grande afluxo” de doentes.
“O que nós prevemos nas próximas horas, nos próximos dias, nas próximas semanas é que não haja uma diminuição dessa pressão sobre o serviço de urgência, que depois acaba por fazer pressão sobre os internamentos”, alerta, a presidente do CA do HESE, apelando a “uma colaboração integrada entre todas as entidades locais e regionais para podermos em conjunto dar resposta às pessoas que realmente precisa”.
Para minorar as dificuldades, procuram-se soluções dentro do próprio hospital. No caso das enfermarias, no inicio de dezembro, refere, “tínhamos 30 camas para internar doentes covid positivos, que necessitassem de cuidados hospitalares e no final desse mês já tínhamos 63 camas.”
Um “aumento significativo”, tendo em conta as instalações do Hospital do Espirito Santo que “já não são suficientes para dar resposta, por isso precisamos do Hospital Central do Alentejo que, felizmente, vamos ter em breve”.
Maria Filomena Mendes revelou, ainda, que na Unidade de Cuidados Intensivos (UCI) foram “feitas obras recentemente” para poderem ser disponibilizadas “mais cinco camas”, a partir desta sexta-feira, ficando a UCI com um total de 13 camas. No que diz respeito ao SU, foi construído um outro espaço que “duplica a capacidade que temos neste momento e que vai entrar em funcionamento no próximo fim-de-semana”, acrescenta a responsável.