A CP prevê supressões e atrasos nos comboios na terça e quarta-feira, devido à greve que foi anunciada.
Em comunicado, a empresa diz que apesar do Tribunal Arbitral ter decretado serviços mínimos, a greve deverá afetar todos os serviços, à exceção dos urbanos do Porto, nos dias 12 e 13 de junho.
Ouvido pela Renascença, José Manuel Oliveira, da Federação do Sindicato dos Transportes, critica o recurso a serviços mínimos e espera que a greve tenha um grande impacto: “Consideramos os serviços mínimos extremamente excessivos, porque não têm em conta o que está previsto na lei, da salvaguarda do direito à greve como direito fundamental, mas cremos que vamos continuar a ter um impacto grande”.
O sindicalista explica ainda que em causa está a decisão do governo de reduzir de dois para um os agentes que garantem a segurança nos comboios.
“Exigimos do Governo que garanta que em Portugal, no presente e no futuro, a operação ferroviária no transporte de passageiros e de mercadorias com dois trabalhadores, um maquinista e outro com funções de revisão e apoio à segurança e aos passageiros”, explica.
A administração da CP já veio dizer que mantém os dois agentes nas viagens, mas os sindicalistas querem garantias do governo para o futuro. “Estamos à beira de entrar num processo de liberalização em que a pressão para a redução de custos vai ser imensa e o que hoje muitos garantem não acontecerá, não sabemos se no futuro, com o aparecimento de novos operadores, não vão procurar reduzir os custos de operação com a redução de trabalhadores.”
A paralisação é convocada por várias organizações sindicais, que por altura do São João repetem o protesto no norte do país.