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Se a economia portuguesa crescer a Segurança Social "é sustentável" e não precisa de reformas de fundo, defende o presidente do Conselho Económico e Social (CES), Correia de Campos.
Em entrevista à Renascença e ao jornal “Público”, o homem que liderou o grupo de especialistas que nos anos 90 produziu o Livro Branco da Segurança Social desconfia da necessidade de uma reforma profunda da Segurança Social e lembra que a sua sustentabilidade está assegurada se houver crescimento da economia e do emprego.
“Todos aqueles que entendem que é urgente uma grande reforma da Segurança Social, do que se trata é de uma reforma do financiamento, não da Segurança Social”, explica o antigo ministro da Saúde, criticando “todos aqueles que entendem que é necessária essa reforma e que estiveram no Governo durante anos seguidos e não a fizeram”.
Correia de Campos critica também aqueles que chama de “arautos interessados em destruir a credibilidade e a sustentabilidade teórica da Segurança Social”, lembrando que até a União Europeia reconhece que a Segurança Social que temos, “com as reformas feitas em 2007, acrescentaram sustentabilidade ao sistema”.
Mas o argumento mais importante, neste momento, explica o especialista, “é o desenvolvimento económico. Verificamos que o aumento do emprego traz um aumento imediato de receitas para a Segurança Social. E isso é o que é importante, o aumento do emprego. O principal aqui é fazer crescer a economia. Se a economia crescer, o emprego aumenta e a Segurança Social é sustentável, se a economia não crescer, é o contrário”, conclui.