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A Direção-Geral da Saúde (DGS) pretende ministrar a vacina contra a gripe sazonal em simultâneo com a terceira dose para a Covid-19.
As autoridades de saúde nacionais aguardam por uma orientação da Organização Mundial de Saúde (OMS) sobre a coadministração da vacina da gripe sazonal e da Covid-19, disse Graça Freitas, em conferência de imprensa.
A terceira dose da vacina para a Covid-19 começa a ser ministrada na próxima semana. A prioridade vai para maiores de 80 anos e utentes de lares.
“Em relação ao dia concreto não posso dizer porque depende da resposta a outras perguntas. Hoje vamos publicar norma numa versão mais conservadora, porque OMS não emitiu parecer sobre coadministração. Sem coadministração haverá um intervalo de pelo menos 14 dias entre a vacina da gripe e da Covid. Ir por um caminho ou por outro implica logísticas diferentes", explica Graça Freitas.
Em relação aos doentes recuperados, Graça Freitas diz que para já estão excluídos da terceira dose.
"O ECDC [Centro Europeu de Controlo de Doenças] não dá indicação de ser dar dose de reforço a recuperados. No entanto, a comissão técnica de vacinação e os outros peritos estão a analisar essa hipótese. O que vai sair na norma é que não há, à data, indicação para que os recuperados façam uma dose de reforço. Este assunto continua a ser estudado", sublinha a diretora-geral da Saúde.
Na mesma conferência de imprensa, Baltazar Nunes, do do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), disse que as vacinas contra a covid-19 apresentam uma redução da proteção contra hospitalização que passa dos 80% para os 60% nos idosos com 80 e mais anos quatro a cinco meses após a vacinação completa.
Nesta faixa etária, as vacinas contra o vírus SARS-CoV-2 apresentam uma proteção contra morte de 87% no primeiro mês após a vacinação completa, percentagem que baixa para cerca de 75% nos quatro a cinco meses seguintes.
Já no que se refere à faixa etária dos 65 aos 79 anos, o especialista do INSA disse que não foi registado um “decaimento da efetividade” contra a doença grave, mas sublinhou que, como estas pessoas foram vacinadas posteriormente, o tempo de observação para o estudo é menor.
“No grupo etário dos 65 ou mais anos, temos observado sempre, medida de três a quatro meses após a segunda dose, uma efetividade 95% a 93%”, disse Baltazar Nunes, ao assegurar que estes estudos do INSA “têm estado em linha com os resultados de outros países que têm aplicado as mesmas vacinas”.
De acordo com Baltazar Nunes, os dados permitem também confirmar que a proteção da vacina contra a doença ligeira é menor do que contra a doença grave.