A confirmação da subida da taxa de inflação para 3,7% em agosto, anunciada esta terça-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) vem acompanhada do valor que serve de referência para o aumento das rendas do ano seguinte.
A taxa média de inflação homóloga excluindo o setor da habitação foi de 6,94%, o que significa que as rendas vão subir quase 7%, caso o Governo não imponha qualquer medida travão, como o fez no ano passado, de acordo com o Novo Regime do Arrendamento Urbano (NRAU).
Em 2022, a taxa de inflação excluindo a habitação situava-se nos 5,43%, mas o executivo de António Costa definiu em 2% o máximo de incentivos fiscais para senhorios a partir deste ano.
Até ao momento, o Governo ainda não decidiu se fará o mesmo em 2024. Em declarações no final de agosto, a ministra da Habitação, Marina Gonçalves, afirmou que estão a ser avaliadas “as várias hipóteses que estão em cima da mesa”, reconhecendo que qualquer decisão deve ser tomada de forma célere.
Um eventual aumento de 6,94% significa que, por cada 100 euros de renda, os senhorios poderão exigir mais 6,94 euros.
Dados do portal Imovirtual, na passada semana, indicavam que arrenda uma casa no distrito do Porto custa, em média 1.415 euros. Este valor poderá, assim, subir quase 100 euros para os 1.513 euros.
Em Lisboa, uma renda média, segundo um estudo da Century21 com dados dos dois primeiros trimestres do ano, estava nos 1.463 euros, o que significa que pode chegar aos 1.564 euros, para um aumento superior a 100 euros por mês.
A renda mediana de novos contratos estava, no 1.º trimestre de 2023, nos 6,74€ por metro quadrado no país e nos 10,26 €/metro quadrado na Área Metropolitana de Lisboa, segundo dados do INE, tendo subido mais de 9% em relação ao mesmo período do ano passado.