O juiz do Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC) Carlos Alexandre vai retomar esta quinta-feira às 09h00 os trabalhos do processo em que são arguidos Joe Berardo e o seu advogado André Luíz Gomes, disse à Lusa fonte da defesa.
Segundo informação do juiz Carlos Alexandre veiculada pelo Conselho Superior de Magistratura, os arguidos foram apresentados ao TCIC às 16h00 e começaram a ser ouvidos às 17h15.
À saída do tribunal, a defesa de Berardo disse que o empresário está “sereno” sem confirmar se este prestará declarações na quinta-feira, na retoma dos trabalhos.
Os advogados de Joe Berardo, Paulo Saragoça da Matta e João Costa Andrade, saíram por volta das 22h40 do TCIC onde estiveram em consulta dos autos, após os trabalhos do processo em que são arguidos Joe Berardo e o seu advogado André Luiz Gomes terem sido interrompidos ao início da noite.
À saída do edifício do TCIC, nas antigas instalações da Polícia Judiciária (PJ) em Lisboa, Paulo Saragoça da Matta disse aos jornalistas que “há sempre a possibilidade de prestar declarações” e que a defesa está "a ponderar", sem confirmar se Joe Berardo irá exercer esse direito na quinta-feira.
Paulo Saragoça da Matta acrescentou que “o comendador está sereno” embora tenha salientado que “ninguém ficaria satisfeito por estar detido”.
O processo conta com 11 arguidos, dos quais seis são empresas e cinco individuais.
Fonte ligada ao processo disse à Lusa que, dos cinco arguidos individuais apenas dois estão detidos, Joe Berardo e André Luíz Gomes, que deverão passar a segunda noite na cadeia.
O empresário Joe Berardo e o seu advogado, André Luíz Gomes, detidos na terça-feira, vão responder por mais quatro crimes para além daqueles de que já eram suspeitos - burla qualificada, fraude fiscal qualificada e branqueamento de capitais, falsidade informática, falsificação, abuso de confiança qualificada e descaminho ou destruição de objetos colocados sob o poder público.
No entanto, a acusação por administração danosa caiu.
O caso foi tornado público depois de uma operação em que foram feitas cerca de meia centena de buscas, 20 domiciliárias, 25 não domiciliárias, três a estabelecimentos bancários e uma a escritório de advogado, tendo ainda sido emitidos dois mandados de detenção, visando o empresário e o seu advogado de negócios e de longa data André Luíz Gomes.
Segundo comunicados da PJ e do DCIAP, nesta investigação, que decorre no âmbito do denominado processo Caixa Geral de Depósitos (CGD), existem suspeitas da prática de administração danosa, burla qualificada, fraude fiscal qualificada, branqueamento e, eventualmente, crimes cometidos no exercício de funções públicas.
A PJ esclareceu que se trata de um grupo "que entre 2006 e 2009 contratou quatro operações de financiamentos com a CGD, no valor de cerca de 439 milhões de euros" e que terá causado "um prejuízo de quase mil milhões de euros" à CGD, ao Novo Banco e ao BCP.
[notícia atualizada às 23:20]