Frederico Varandas assume que a contratação de Rúben Amorim ao Sporting de Braga, por 10 milhões de euros, representa uma mudança de paradigma, no entanto, garante que investiu no treinador certo.
"Se este treinador fosse apresentado daqui a três meses noutro clube, seria uma grande jogada. Aqui, seria um grande risco. Durmo bem com isso. Rúben Amorim é um treinador que vai potenciar e criar valor. O treinador certo, num ano, valoriza um plantel em 30, 40 milhões. Com o treinador certo, um jogador dos sub-23 pode ser vendido, na época seguinte, por 30 ou 40 milhões. Por vezes, o que é barato sai caro e o que é, aparentemente, caro sai barato. O nosso critério foi a competência. Rúben Amorim é a nossa escolha. É uma mudança do paradigma? É. Mas não tenho problema nenhum em investir no treinador certo", declarou o presidente do Sporting, na apresentação do treinador, esta quinta-feira.
Varandas sublinhou, no entanto, que Rúben Amorim "é um grande treinador, mas não é um milagreiro", pelo que terá de haver cooperação entre todos, no Sporting, para que o clube possa voltar a pôr-se de pé.
"Contratámos um grande treinador, com muita ambição, muito querer, conhece a realidade do futebol português, sabe o que é trabalhar num clube grande, conhece a ambição do Sporting, mas não é um milagreiro. Estamos completamente alinhados. Futebol apoiado na formação, sem medo de formar, lançar e potenciar jogadores. É a nossa escolha, não só pelos resultados que teve enquanto treinador do Braga, mas por um conhecimento muito mais profundo que temos dele enquanto treinador e homem. Hoje arranca a época 2020/21 para o Sporting."
"Demasiado grande para o futebol português"
Apesar da mudança de paradigma, Varandas garantiu que a contratação de Amorim não aumenta o orçamento para a próxima época, que "foi decidido há meses", nem hipoteca o futuro financeiro do Sporting.
O presidente do Sporting deixou, ainda, uma previsão de grandeza:
"O mercado de treinadores não é diferente do mercado de jogadores, em Portugal. O futebol português não consegue atrair treinadores de renome internacional, que hoje não querem vir e não é apenas por questões financeiras. Não temos dúvidas de que o Rúben Amorim, dentro de uns anos, será demasiado grande para o futebol português."