O custo da construção da linha de metro que ligará Odivelas a Loures derrapou mais de 140 milhões de euros e irá agora custar 396 milhões, quando estava previsto um custo de 250 milhões de euros.
A revelação foi dada pelo ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, que explica que a derrapagem deve-se à subida de preço dos materiais e à decisão de construir estações subterrâneas.
“Deve-se a duas razões, que são simples de explicar: por um lado, o aumento do custo dos materiais; em segundo lugar, o projeto inicial apenas uma execução à superfície e este que foi a discussão pública prevê um número de estações subterrâneas, o que encarece a obra”, afirmou.
O ministro indicou ainda que a obra pode vir a ser construída por fases, dado o atraso da obra, que estava previsto terminar no final de 2025 e que se estenderá até ao fim do ano de 2026 - mesmo em cima do prazo do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
Em declarações na conferência de imprensa sobre PRR, o ministro admitiu que parte da obra pode ficar para além do prazo, mas garante que tal não põe em causa as verbas do plano.
“Quanto ao programa PRR, se existir alguma razão que nos empurre para fora do calendário, há sempre a possibilidade de estabelecer metas intermédias às quais estes projetos poderão sempre corresponder”, esclareceu.
Para combater os percalços e o prazo da obra não se estender para lá do prazo do PRR, o ministro conta que a declaração de impacto ambiental seja aprovada nas próximas semanas e que o lançamento da empreitada aconteça ainda este semestre.
A construção do metro nos concelhos de Odivelas e Loures foi um dos dois investimentos considerados críticos pela Comissão Nacional de Acompanhamento (CNA) do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), que defende uma "intervenção do Governo".
No relatório de acompanhamento, apresentado na quarta-feira, a CNA defendeu que é "necessária a intervenção da tutela" e sugeriu "implementar uma solução "Light Rail Transit", operando numa plataforma segregada do resto do tráfego, com vias reservadas".