O deputado eleito da IL para o Parlamento da Madeira afirmou esta quarta-feira que já não está disponível para conversar com o cabeça de lista da coligação PSD/CDS-PP, Miguel Albuquerque, que venceu as eleições regionais de domingo sem maioria absoluta.
Nuno Morna falava aos jornalistas no Palácio de São Lourenço, no Funchal, depois de ter sido recebido pelo representante da República, Ireneu Barreto, que começou hoje a ouvir os partidos que conseguiram representação parlamentar depois das eleições legislativas regionais de domingo.
O deputado eleito adiantou que falou com Miguel Albuquerque na noite eleitoral, numa conversa “que durou menos de um minuto, em que ele [Albuquerque] pôs em cima da mesa a questão de um acordo”.
“E o que eu lhe disse foi: ‘não, não temos de fazer acordo nenhum, temos de conversar, se for caso disso, obviamente’”, indicou Nuno Morna, acrescentando que “o doutor Albuquerque decidiu fazer acordos em vez de conversar”.
“O doutor Albuquerque disse-me que me telefonava depois. Não telefonou, neste momento não estou disponível para conversas. […] Não houve disponibilidade da outra parte para falar connosco, porque é que eu agora havia de estar disponível?”, questionou.
Nuno Morna realçou que fará uma “oposição construtiva” na Assembleia Legislativa na Madeira e que aprovará as propostas que forem ao encontro dos princípios do partido e do seu programa eleitoral.
“Nós estaremos sempre a favor de tudo aquilo que tenha a ver com mais liberdade para os madeirenses, aumento do poder de compra, quebra de impostos, resolução das listas de espera, voto em mobilidade – e podia anunciar aqui o programa todo – e tudo o que tenha a ver com isto, venha de onde vier”, frisou.
Questionado se concorda que o representante da República para a região indigite Miguel Albuquerque para formar Governo, Nuno Morna respondeu que sim, uma vez que foi quem ganhou as eleições.
“Não iria dizer para indigitar o Roberto Almada [deputado do BE] de certeza”, ironizou.
A coligação PSD/CDS-PP venceu no domingo as legislativas regionais, mas ficou a um deputado da maioria absoluta, tendo sido anunciado na terça-feira um acordo de incidência parlamentar com o PAN, que conseguiu um mandato.
Nas eleições de domingo, a coligação PSD/CDS-PP elegeu 23 deputados, o PS onze, o JPP cinco e o Chega quatro, enquanto a CDU (PCP/PEV), o BE, o PAN e a IL elegeram um deputado cada.
Na terça-feira, após o anúncio de que a coligação PSD/CDS-PP assinou com o PAN um acordo de incidência parlamentar para quatro anos, que permite a maioria absoluta no Parlamento regional, a IL acusou o PSD de ter optado "pela via mais fácil".
Numa nota assinada pelo líder da IL, Rui Rocha, e pelo coordenador da estrutura regional, Nuno Morna, o partido considerou que está desobrigado "de qualquer responsabilidade" e comprometeu-se a avaliar propostas “caso a caso”.