O bastonário da Ordem dos Advogados pediu esta segunda-feira ao Conselho de Deontologia de Lisboa para avaliar se as declarações do diretor da Polícia Judiciária justificam sanção disciplinar, após Luís Neves falar em “terrorismo judiciário” dos advogados para arrastar processos.
Num comunicado publicado no site do organismo, o bastonário, Luís Menezes Leitão, lembrou que Luís Neves está inscrito como advogado na Ordem, tendo “a inscrição suspensa a seu pedido”, e vincou que mesmo nessa circunstância está sujeito ao poder disciplinar da instituição.
“Dado que constitui dever do advogado para com a Ordem dos Advogados (…) não prejudicar os fins e prestígio da Ordem dos Advogados e da advocacia, o Conselho Geral decidiu solicitar ao Conselho de Deontologia de Lisboa a apreciação da eventual relevância disciplinar destas declarações”, refere a nota divulgada.
Em entrevista ao Observador, o diretor da Judiciária disse que nos processos de criminalidade económico-financeira há um “terrorismo judiciário, com recursos permanentes e incidentes processuais que entorpecem os autos” até uma decisão final, responsabilizando os advogados por essa situação e considerando que é uma das causas para a morosidade da justiça.