Numa altura em que o país está em situação de contingência devido ao risco elevado de incêndio, os guardas-florestais da Guarda Nacional Republicana (GNR) estão, esta sexta-feira, em greve.
A manifestação, marcada para as 12h00, junto ao Ministério da Administração Interna, quer forçar uma reunião com o ministro José Luís Carneiro, prometida desde maio.
À Renascença, a dirigente da Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais (FNSTFPS), Elisabete Gonçalves, lembra que a data da greve é concertada com os trabalhadores independentemente das previsões meteorológicas.
“Decidimos a altura da greve conjuntamente com os trabalhadores. Não somos nós que decidimos as alterações, nem as situações climatéricas, por isso, não entendo a posição do sr. ministro”, refere a dirigente sindical.
Elisabete Gonçalves lembra, ainda, que os trabalhadores em greve “não fazem combate a incêndios”, nem “integram os trabalhadores” abrangidos pelo despacho de situação de contingência.
Cerca de 95% dos guardas florestais estão hoje em greve, segundo dados do sindicato.
Para o ministro da Administração Interna, este protesto surge na pior altura, pois o país está em situação de contingência devido ao risco elevado de incêndio.
José Luís Carneiro defende que a prioridade dos guardas-florestais deveria ser outra.
“Há momentos em que a nossa concentração e a nossa prioridade está mesmo em conseguirmos enfrentar a complexidade dos desafios com que o país está confrontado”, diz o ministro, que lembra, no entanto, que “há momentos e momentos para o exercício desse direito (à manifestação) constitucionalmente consagrado e que respeitamos”.
Em causa está, segundo a FNSTFPS, a aprovação da tabela remuneratória específica para a carreira, atribuição de suplementos remuneratórios, definição de autonomia funcional do corpo de guarda-florestal do Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente (SEPNA/GNR) e melhores condições de trabalho.