Alexandre Fonseca, ex-CEO da Altice, deixa a empresa de telecomunicações por mútuo acordo.
O gestor estava suspenso desde julho, a pedido do próprio, na sequência de uma investigação do Ministério Público. Agora, este acordo põe um ponto final numa relação de mais de 10 anos, em que deu a cara pelo grupo em Portugal.
Na página pessoal no LinkedIn, Alexandre Fonseca escreve que “eu e o Grupo Altice concretizámos um Acordo que põe termo a uma relação de mais de uma década, na qual coloquei toda a minha entrega e dedicação e a quem prestei profunda colaboração. Seguir-se-á uma nova fase com novos desafios".
Alexandre Fonseca foi presidente executivo da Altice Portugal até abril de 2023, altura em que passou a ter funções executivas internacionais no grupo, que acumulou com o cargo de 'chairman' na subsidiária portuguesa.
Pouco depois, a meados do ano, a Altice comunicava a suspensão de todas as funções de Alexandre Fonseca no grupo, a pedido do mesmo, após uma investigação do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) do MP.
A Procuradoria Geral da República garante que Alexandre Fonseca não é arguido neste processo.
Em causa estarão práticas de corrupção privada, que terão lesado o grupo e a concorrência, e ainda crimes de branqueamento e falsificação. O Estado terá perdido, em impostos não cobrados, mais de 100 milhões de euros.
A investigação ficou conhecida como “operação Picoas” e já levou a três detenções, quase uma centena de buscas e à apreensão de bens avaliados em cerca de 20 milhões de euros.