A fila para entrada na zona de partidas do aeroporto de Lisboa terminava, manhã bem cedo, no exterior do edificio, junto às paragens dos "shuttles" para o Terminal 2. A afluência de passageiros, a maioria peregrinos que participaram na Jornada Mundial da Juventude, registou a essa hora um pico, que poderá repetir-se hoje e amanhã.
Na zona do check-in eletrónico, amontoavam-se passageiros que, a custo, tentavam validar bilhete e despachar malas.
"Escolhemos o dia de hoje para nos deslocarmos para Porto Santo, mas realmente, apanhámos esta azáfama de peregrinos. São os tais efeitos secundários da Jornada. É o que é", diz Carlos, que aguarda com a família pela hora do voo, já depois de ter feito o check-in eletrónico.
Na fila mais atrás, uma cidadã brasileira - que se inscreveu como voluntária na JMJ e que antes de regressar a casa ainda vai dar um salto a Madrid e a Barcelona - concordava com a análise.
"Sim, podemos dizer que se trata de um efeito secundário da Jornada. Muita gente para ser comportada por um qualquer aeroporto", referia Luana, enquanto empurrava mais uns metros na fila o carrinho com a bagagem.
Em ronda pelo recinto passavam frequentemente agentes da Unidade Especial de Polícia, e funcionários da Ana-Aeroportos ajudavam os passageiros a encontrar as portas de embarque.
José está mais à frente, no check-in de uma outra companhia aérea.
"Estamos de regresso aos nossos locais de origem, depois de nos termos encontrado na JMJ, de 150 nacionalidades... Vamos partilhar com a nossa família os detalhes deste encontro. É por isso que o aeroporto está a abarrotar".
Temendo que assim fosse, muitos peregrinos chegaram bem mais cedo do que o suposto ao aeroporto. Alguns só têm voo ao final da tarde. Mas doze horas antes, já lá estavam. Encostados uns aos outros ou mesmo no chão, compensavam as horas de sono perdidas nos últimos dias.