O Hospital de Santa Luzia, em Viana do Castelo, foi alvo de um assalto. Na última madrugada foram roubados diversos aparelhos de endoscopia no valor de 700 mil euros.
Os aparelhos do serviço de gastroenterologia, indispensáveis para a realização de endoscopias, foram roubados, apesar do Hospital de Santa Luzia dispor de um serviço de segurança interna.
“O endoscópio é um aparelho relativamente pequeno, leve, fácil de transportar. Como é que se rouba? Bom, isso temos de perguntar aos ladrões. Nós temos uma instituição que tem segurança 24 horas, tem um serviço com cartões eletrónicos de entrada, não há arrombamento, não há evidência de nada disso. Agora compete às autoridades policiais investigar. Havia normas mínimas de segurança”, diz à Renascença o presidente do Conselho de Administração da Unidade Local de Saúde do Alto Minho, que abrange o Hospital de Santa Luzia.
Franklim Ramos refere que não foram detetados sinais de arrombamento, até ao momento, ainda não foi possível apurar quem poderá ser suspeito.
Quem poderia estar interessado em apropriar-se de aparelhos destinados à realização de endoscopias? É um mistério ainda com muitas incógnitas mas, como refere à Renascença Franklim Ramos, este não foi o primeiro assalto do género em Portugal.
“A única coisa que lhe posso dizer é que há história em Portugal de vários assaltos desta natureza. Já aconteceu em Lisboa, já aconteceu no Porto, já aconteceu noutros sítios.”
Franklim Ramos começa nos explicar que o hospital já está a procurar soluções para que, tão rapidamente quanto possível, seja possível substituir os aparelhos roubados.
“O Hospital de Santa Luzia, no que diz respeito à sua direção clínica e à direção de serviços de gastroenterologia, está a elaborar um plano de contingência no sentido de resolver essa questão. Isto significa que estamos a arranjar maneiras de que os doentes venham cá fazer os exames no mesmo hospital. Nós vamos tentar arranjar endoscópios, sejam emprestados ou sejam alugados. Logo que seja possível, dizemos”, sublinha o presidente do Conselho de Administração da Unidade Local de Saúde do Alto Minho.
Franklim Ramos disse sentir uma "angústia muito grande", uma vez que os equipamentos roubados são "muito importantes para tratar os doentes".
"Roubaram grande parte dos equipamentos", lamentou, acrescentando que o serviço de gastroenterologia "tem um papel muito relevante na organização do hospital.
"São equipamentos absolutamente necessários. Estamos a estudar soluções para o problema. A compra de novo material demora tempo e, por isso, estamos a pensar num plano de resolução deste problema", realçou.
Investimento de um milhão de euros
Em setembro de 2022, a ULSAM investiu cerca de um milhão de euros, de capitais próprios, para instalar uma nova Unidade de Endoscopia Digestiva Avançada (UEDA) no hospital de Viana do Castelo.
Na altura, Franklim Ramos adiantou que o investimento na nova unidade, instalada no serviço de gastroenterologia do hospital de Santa Luzia, foi "feito gradualmente", estando atualmente em pleno funcionamento.
A UEDA e o novo equipamento de ressonância magnética representaram um investimento de mais de 1,4 milhões de euros.
De acordo com informação fornecida pela ULSAM, o novo serviço "possibilita a realização, num único espaço, de um conjunto de exames endoscópicos e técnicas minimamente invasivas que permitem identificar todo o espetro de doenças digestivas benignas e malignas e o tratamento de patologias complexas, para o distrito de Viana do Castelo e para doentes provenientes de outras zonas do país".
A UEDA "dispõe de três salas de endoscopia com arco de fluoroscopia de última geração, ecógrafos, ecoendoscópios lineares, entero´scopio espiral, máquina de anestesia, entre outros equipamentos".
Além de procedimentos de endoscopia geral, a nova unidade permite realizar "todos os procedimentos de endoscopia de intervenção avançada existentes".