São Jorge regista mais de 600 sismos desde a meia-noite
28-03-2022 - 14:56
 • João Cunha , nos Açores

O nível de alerta mantém-se em V4. Apesar da constante atividade, há quem consiga manter e aconselhar a calma, como percebeu a Renascença na ilha.

A perturbação sísmica mantém-se fora do normal na ilha açoriana de São Jorge e o nível de alerta continua em V4.

“Continuamos com uma atividade sísmica fora do normal nesse sistema fissural vulcânico de Manadas. Desde a meia-noite de hoje [segunda-feira], registámos 614 sismos até às 11h00, quando iniciámos o ‘briefing’”, afirma à Renascença o presidente do Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores (Civisa) Rui Marques.

“Temos neste momento 207 sismos já sentidos pela população, dos quais três já sentidos no dia de hoje, desde a meia-noite”, adianta.

O que também se mantém é a prontidão de meios, garante o presidente do Governo Regional.

“Não houve qualquer alteração quanto ao alerta de vigilância. Não há, por isso, aumento de perturbação nem também uma diminuição que dispense as autoridades públicas e todo o sistema de Proteção Civil montado para, prevendo o pior, podermos testar em prontidão para reagir”, refere José Manuel Bolieiro.

O presidente do Governo Regional anunciou ainda a disponibilidade para avançar com um sistema de compensações financeiras para compensar perdas económicas em São Jorge. “Obviamente, que não estaremos indiferentes aos impactos económicos e à implementação de um sistema para compensar quebras de rendimento e de faturação”.

Nesta segunda-feira, o barco que veio da Madalena, no Pico, trouxe dezenas de pessoas, que regressam ao trabalho, sobretudo, no setor público.

"Alarmismos a mais"

A Renascença falou com a população de São Jorge. Há quem tenha optado por não sair. Incluindo Carlos Silva, que tem a seu cuidado o pai de 83 anos.

“Estou habituado a alarmismos. A calma é um dos pontos principais da minha vida”, sustenta.

Num minimercado, Sara Flores também optou por não sair, mas tem “tudo pronto” para fugir de Velas, se necessário.

A açoriana acredita que muita gente que saiu está prestes a voltar. “As pessoas vão ter de retomar a sua vida”, defende.

Mas a cabeleireira Graça Melo tem opinião diferente e duvida que os mais novos voltem.