O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, evocou na quinta-feira o tenente-coronel Marcelino da Mata, que morreu aos 80 anos, "o militar mais condecorado" do Exército, e apresentou a condolências à família.
“O Presidente da República apresenta sinceras condolências à Família do Tenente-Coronel Marcelino da Mata, o militar mais condecorado do Exército Português, que hoje [quinta-feira] nos deixou”, dá conta uma nota publicada na página na internet da Presidência da República.
O chefe de Estado recordou que, “entre as numerosas distinções que recebeu conta-se a Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito, a mais alta distinção concedida por Portugal”.
O tenente-coronel morreu esta quinta-feira, aos 80 anos, vítima de Covid-19, no Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca (Amadora-Sintra), disse à Lusa fonte oficial do Exército.
Marcelino da Mata, natural da Guiné-Bissau, tinha 80 anos e foi um dos fundadores da tropa de elite “Comandos”, sendo conhecido nos meios militares como um dos mais “bravos e heroicos” combatentes lusos.
Após a Revolução do 25 de Abril e do fim da Guerra Colonial foi proibido de voltar à sua terra natal, país que, entretanto, se tinha tornado independente, e viu-se obrigado ao exílio, em Espanha, até ao contragolpe do 25 de novembro (que terminou com o Processo Revolucionário Em Curso).
Foi o militar mais condecorado de sempre do Exército, segundo o ramo. Em 1969, foi armado cavaleiro da “Antiga e Muito Nobre Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito”, após ter subido sucessivamente de patente, desde soldado a major.
Entre as mais de 2.000 missões de combate em que participou, naquele que é considerado dos teatros de operações mais difíceis da Guerra Colonial, contam-se as emblemáticas: Operação Tridente, o resgate de mais de uma centena de militares lusos no Senegal e a Operação Mar Verde.
Marcelino Mata reformou-se em 1980 e foi ainda promovido a tenente-coronel em 1994. Foi ainda responsável pela segurança da Universidade Moderna, encerrada compulsivamente pelo Governo do socialista José Sócrates, assim como a cooperativa Dinensino, por falta de viabilidade económico-financeira, após vários escândalos e processos judiciais.