O ministro da Administração Interna anunciou esta terça-feira que vão ser admitidos este ano na Guarda Nacional Republicana 1.600 novos militares, considerando que o rejuvenescimento das forças de segurança é a via para os "elevados níveis de prontidão" nas polícias.
"Uma ação governativa que também não esquece o rejuvenescimento do capital humano das nossas forças de segurança, na medida em que somente por esta via será possível que estas mantenham elevados níveis de prontidão", disse José Luís Carneiro, na cerimónia militar comemorativa do 111.º aniversário da GNR, que decorreu em frente ao Mosteiro dos Jerónimos, Lisboa.
Nesse sentido, o ministro afirmou que o "esforço de rejuvenescimento" das forças de segurança vai permitir receber mais de 1.600 guardas durante este ano, "depois dos mais de 3.100 já recrutados e formados desde o ano de 2015".
No seu discurso, o governante garantiu também que é compromisso do Governo "tudo fazer para continuar a dotar" a GNR "com os meios adequados" para o cumprimento da missão, dando continuidade "a tudo o que tem vindo a ser feito através da Lei de Programação de Infraestruturas e Equipamentos das Forças e Serviços de Segurança do Ministério da Administração Interna".
"Recordo que, com a publicação desta Lei, foi possível programar e realizar investimentos com uma dimensão sem precedentes, designadamente em infraestruturas, viaturas, armamento, equipamentos de proteção individual e tecnologias de informação e de comunicação", precisou, frisando que "foi já possível garantir a renovação do edificado nos mais diversos pontos do território nacional".
Fazendo um balanço da Lei de Programação de Infraestruturas e Equipamentos das Forças e Serviços de Segurança, o ministro especificou que foram entregues mais de 2.100 veículos, 25.300 armas e acessórios, perto de 40 mil equipamentos de proteção individual, 22 mil equipamentos de apoio à atividade operacional e mais de 2.100 equipamentos para funções especializadas, tais como radares e equipamentos para investigação de acidentes rodoviários, para a investigação criminal e para a inativação de explosivos.
Também no seu discurso, o comandante-geral da GNR, Rui Clero, afirmou que a Guarda Nacional Republicana "necessita de efetivos", considerando que "a autorização para a incorporação de 1.600 guardas provisórios e o ingresso de 92 guardas-florestais durante este ano são um sinal" de que a voz da corporação foi ouvida.
Rui Clero condenou também as agressões aos agentes de autoridade, sustentando que "é incompreensível que agentes da autoridade percam a vida de forma leviana ou sofram consequências para a sua integridade física".
Segundo o comando-geral da GNR, em 2021 foram cometidos 990 crimes contra a Guarda, dos quais resultaram consequências para 267 militares.
Rui Clero destacou ainda que está "em curso o processo de transição da estrutura superior de comando da Guarda com as promoções a oficial general de oficiais da GNR, bem como o início do desempenho das inerentes funções de comando e direção", considerando que se trata de um "momento histórico" a entrega hoje das espadas aos novos brigadeiros-generais.
Este processo significa que este oficiais podem chegar ao topo da hierarquia desta força de segurança.
A chegada de oficiais formados na GNR e o fim dos generais do Exército a comandar a Guarda Nacional Republicana é uma das mais antigas ambições dos militares desta força de segurança.
A cerimónia dos 111 anos da GNR foi presidida pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e contou com a presença do primeiro-ministro, António Costa, e ministra da Defesa, Helena Carreiras.