Veja também:
- Os últimos números da pandemia em Portugal e no mundo
- Todas as notícias sobre a pandemia de Covid-19
- Guias e explicadores: as suas dúvidas esclarecidas
- Boletins Covid-19: gráficos, balanços e outros números
A Secção Regional do Centro (SRCentro) da Ordem dos Enfermeiros contestou esta segunda-feira a vacinação contra a Covid-19 de políticos antes de todos os enfermeiros, considerando inadmissível que aqueles que cuidam dos doentes sejam preteridos.
“A Secção Regional do Centro da Ordem dos Enfermeiros contesta a intenção de começarem a ser vacinados os políticos antes de todos os enfermeiros do Serviço Nacional de Saúde (SNS), setor privado e em regime liberal estarem imunizados”, lê-se numa nota de imprensa.
A ministra da Saúde, Marta Temido, afirmou hoje que a administração de vacinas contra a Covid-19 aos titulares de órgãos de soberania vai começar na próxima semana.
“Seguidamente, iremos avançar para a vacinação dos outros serviços essenciais, como tínhamos previsto: profissionais de emergência pré-hospitalar - designadamente bombeiros -, profissionais de serviços essenciais, forças de segurança e, entre eles, titulares de órgãos de soberania. Iniciarão a sua vacinação a partir da semana que vem”, disse Marta Temido após uma reunião com a ‘taskforce’ coordenadora do plano de vacinação.
Citado na nota de imprensa, o presidente do Conselho Diretivo da SRCentro, Ricardo Correia de Matos, diz não aceitar que “os órgãos de soberania sejam vacinados primeiro do que todos os enfermeiros que trabalham no SNS, em regime liberal ou em estabelecimentos de saúde privados (consultórios, clínicas, centros de enfermagem ou outros similares)”.
Para Ricardo Correia de Matos, “é inadmissível que aqueles que cuidam e estão em contacto direto” com os doentes Covid-19 e não Covid-19 “sejam preteridos em prol dos que exercem cargos políticos e que podem desempenhar as suas funções em regime de teletrabalho”.
“Não podemos permitir que estes profissionais de saúde tenham de esperar até ao final de abril para receberem a(s) primeira(s) dose(s) da vacina contra o novo coronavírus”, adianta, salientando ainda ser inaceitável que o Governo escolha vacinar os seus próprios membros “num momento em que a escassez de enfermeiros é assustadora”.
A SRCentro manifesta o desejo de que aquela ‘task force’ “tenha em consideração esta situação e passe a abranger, no imediato, a vacinação destes profissionais de saúde”.
Na mesma ocasião, a ministra disse que os autarcas vão também estar envolvidos no lote de titulares de órgãos de soberania a vacinar já na próxima semana, não se restringindo aos cargos mais altos do país, como o Presidente da República, o presidente da Assembleia da República ou o primeiro-ministro.
“Os presidentes das câmaras municipais são também as autoridades municipais de proteção civil. Isso confere-lhes uma circunstância de essencialidade para a resposta à Covid-19 e, naturalmente, isso será tido em consideração”, referiu Marta Temido.
Segundo a ministra, “estão a ser agora feitos os contactos no sentido da identificação exata dos indivíduos, para que possam começar a ser identificados esta semana e vacinados no início da semana que vem”.
A pandemia de Covid-19 provocou, pelo menos, 2.129.368 mortos resultantes de mais de 99,1 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 10.721 pessoas dos 643.113 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.