O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, alertou hoje que ainda é preciso "caminhar muito para cumprir Abril", considerando que um governo com maioria absoluta podia fazer "muito mais".
"Eu acho que a prova que estamos a ver aqui, nesta avenida, e um pouco por todo o país, demonstra que o 25 de Abril está vivo, tem muita força, e tem milhares para o defender", afirmou, em declarações aos jornalistas durante o desfile popular no 25 de Abril, na Avenida da Liberdade, em Lisboa.
O líder comunista alertou, no entanto, que "é preciso ainda caminhar muito para cumprir Abril".
"O que nós entendemos é que podia-se fazer muito mais do que aquilo que é feito, em particular num Governo com maioria absoluta", defendeu, apontando que o "tinha todos os instrumentos para responder aos problemas das pessoas".
Paulo Raimundo apontou que falta cumprir Abril "num conjunto muito largo de situações da vida" como "salários, pensões, na qualidade de vida, no aumento das condições de vida, nas questões da saúde, na habitação".
"Tudo questões às quais é necessário dar resposta, que Abril abriu esse caminho e que é preciso concretizar, e é isso que as pessoas estão aqui a fazer, afirmar Abril, a Revolução, e afirmar a necessidade de cumprir Abril, que é coisa que estamos ainda um pouco longe de fazer", defendeu.
Questionado sobre os protestos desta manhã dentro e fora da Assembleia da República, Raimundo afirmou que "são aspetos muito pontuais, muito isolados, que não têm a expressão que procuram ter".
"Há pessoas que lidam mal com a democracia e com a liberdade, [mas] só são possíveis porque nós conquistámos a liberdade, senão não era possível", assinalou.
O secretário-geral do PCP alertou que "a democracia é sempre uma questão que é preciso preservar, todos os dias trabalhar para a construir e para a melhorar, isso é uma evidência".
"A democracia é preciso sempre preservá-la e uma das questões fundamentais da democracia é garantir a justiça social e a resposta aos problemas das pessoas", defendeu.
Sobre estarem presentes várias gerações de pessoas no tradicional desfile na Avenida da Liberdade, o comunista considerou que "quer dizer que Abril é presente e é futuro". .
"Não é só a dimensão, o número de pessoas que aí estão, é a forma como cada um de nós está nisto, determinados, convictos que é por Abril que temos que ir", salientou.
Na comitiva comunista, liderada por Paulo Raimundo, estava também o ex-secretário-geral do PCP Jerónimo de Sousa, que foi aplaudido quando chegou.
Questionado sobre este ser o seu primeiro 25 de Abril enquanto líder do PCP, Paulo Raimundo recordou que no ano passado também marcou presença, mas tinha "outras responsabilidades".
"Este ano ainda está com mais força do que estava no ano passado, é muito positivo, fico contente com isso naturalmente", disse.