O Fundo Monetário Internacional (FMI) reviu esta terça-feira em alta as previsões de crescimento da economia portuguesa, para 1%, ainda assim abaixo da previsão do Governo.
Com a atualização das previsões mundiais, Portugal surge a crescer acima da média comunitária, ainda que integre os países com menor crescimento. Ainda segundo as contas do FMI, a inflação desce em Portugal, mas continua acima da média.
No Orçamento do Estado para 2023 (OE 2023), o ministro das Finanças apontou para este ano um crescimento de 1,3%. Já o Banco de Portugal admite 1,8% de crescimento. O otimismo não atinge o FMI, que não vai além de 1%, em linha com Bruxelas, que já tinha avançado o mesmo valor.
O FMI prevê que o Produto Interno Bruto (PIB) português cresça 1% este ano e 1,7% em 2024, uma correção em alta face às projeções de outubro, de 0,7% para 2023 e 2,4% para 2024.
Portugal fica a crescer acima da média da Zona Euro (0,8%) e da União Europeia (0,7%), mas outros 11 Estados-membros crescem mais. Portugal fica no grupo dos países que crescem menos de 1,2%.
O Governo vai apresentar uma atualização das suas previsões até 15 de abril, a data limite para enviar o Programa de Estabilidade 2023-2027 para Bruxelas.
Inflação acima da média da Zona Euro
Portugal deverá seguir a tendência europeia e mundial e registar um abrandamento da inflação. Mas já não será como em 2022, em que a inflação média anual (7,8%) ficou abaixo da média da Zona Euro (8,4%).
O FMI aponta para uma inflação média em Portugal de 5,7% este ano, acima da média comunitária (5,3%). Noutros 15 países da União Europeia ainda será pior, com destaque para a Hungria, onde se prevê uma inflação de 17,7%.
O FMI prevê ainda para Portugal que a taxa de desemprego suba de 6% em 2022 para 6,6% em 2023 e para 6,5% em 2024.
China e Índia, motores da economia mundial
O FMI aponta para uma contração de 0,1% da economia da Alemanha, além da estagnação de países como a Finlândia ou a Estónia, o que justifica o fraco desempenho da Zona Euro e da União Europeia.
Grandes países, como França, Itália ou os Países Baixos, vão crescer este ano tanto ou ainda menos do que Portugal.
Outros 11 Estados-membros, nove deles da Zona Euro, deverão ultrapassar o crescimento português. Um deles será a Grécia, que deverá crescer este ano quase três vezes mais do que Portugal, depois de três resgates desde 2010.
Ainda segundo o FMI, o crescimento económico mundial deverá abrandar para 2,8% este ano, com a China e a Índia a liderar o pelotão.