O Hospital de Santa Maria, em Lisboa, tem um robô inovador que prepara tratamentos para os doentes oncológicos.
É o terceiro hospital do mundo a dispor deste sistema automatizado, que reduz custos, dispensa profissionais e consegue preparar os medicamentos de forma mais rápida e segura.
Com esta inovação, a ULS Santa Maria (ULSSM) vai conseguir duplicar a capacidade de produção de quimioterapia e outros fármacos injetáveis.
“A grande vantagem deste sistema automatizado é que consegue preparar tratamentos para oito doentes em simultâneo, já que permite fazer preparações de forma paralela, enquanto manualmente tem de ser em sequência e cada uma pode chegar a 15 minutos”, explicou à Renascença João Paulo Cruz, diretor do Serviço de Técnico-Farmacêutica da ULSSM.
Na prática, “se até agora as equipas conseguiam realizar entre 80 a 100 preparações de tratamentos por dia, o novo robô permitirá mais do que duplicar esse número: consegue entre 20 a 60 preparações por hora, e funciona em circuito totalmente fechado o que evita a mínima contaminação”, sublinha João Paulo Cruz.
Outra vantagem deste novo robô, que custou cerca de 400 mil euros, é que permite reduzir as equipas: “permite trabalhar, apenas, com um técnico e um farmacêutico, quando até agora, tínhamos três câmaras em funcionamento, ou seja, pelo menos nove elementos alocados a estes processos”.
Além de permitir diminuir desperdícios e gerar poupanças de custos, este processo tem também a grande vantagem de prevenir a exaustão dos profissionais que trabalham nesta área e reforçar as equipas de outros setores do serviço.
Este sistema automatizado também está a ser usado em Israel e na Polónia. Em Espanha existem dois – em Madrid e em Toledo –, mas ainda não estão a funcionar.