A operação antiterrorista lançada pelas tropas norte-americanas numa região do noroeste da Síria para capturar líderes jihadistas procurados provocou, pelo menos, 13 mortos, entre os quais mulheres e crianças, segundo uma organização não-governamental.
A Agência France Presse (AFP), citando o Pentágono, diz que não houve baixas entre as forças dos EUA e que esta operação, contra um prédio em Atme, na província de Idleb, "foi um sucesso".
Esta é a maior operação das forças dos EUA na Síria desde a morte, em outubro de 2019, de Abu Bakr al-Baghdadi, líder do grupo jihadista Estado Islâmico (EI), morto num ataque na região de Idleb, que escapa ao controlo do poder na Síria, indicou o diretor do Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH), Rami Abdel Rahmane.
Segundo o OSDH, que conta com uma vasta rede de fontes naquele país em guerra, os soldados desembarcaram de helicóptero perto de acampamentos para deslocados na localidade de Atmé, na província de Idlib, em grande parte controlada por jihadistas e rebeldes.
"As Forças Especiais dos EUA conduziram uma missão de contraterrorismo durante a noite no noroeste da Síria", acrescentou o Pentágono, em comunicado, acrescentando que "mais informações serão fornecidas mais tarde."
A operação provocou confrontos que duraram duas horas, disse o OSDH, sem especificar as identidades dos jihadistas procurados. "Pelo menos, 13 pessoas, incluindo quatro crianças e três mulheres, foram mortas na operação", adiantou.
De acordo com os correspondentes da AFP no local, a operação americana teve como alvo um prédio de dois andares numa área cercada por árvores. Parte do prédio foi destruída e o chão dos quartos estava coberto de sangue. De acordo com moradores, líderes jihadistas do grupo Al-Qaeda foram alvejados.
De acordo com especialistas, os campos superlotados na região de Atme, localizada no norte da província de Idlib, servem de base para líderes jihadistas escondidos entre os deslocados.
A operação ocorreu poucos dias após o fim de um ataque do denominado Estado Islâmico a uma prisão das Forças Democráticas Sírias (FDS), dominadas pelos curdos, na região de Hassaké (nordeste).
O grupo Estado Islâmico foi expulso de suas fortalezas na Síria e no Iraque, mas continua a realizar ataques nestes dois países usando “células adormecidas”.
"A Al-Qaeda está a usar a Síria como base de apoio para se reconstituir, coordenar com seus afiliados e planear operações no exterior", disse John Rigsbee, porta-voz do Comando Central do Exército dos EUA, no final de 2021.
A complexa guerra na Síria, um país fragmentado onde intervêm diferentes protagonistas, já matou cerca de 500.000 pessoas desde 2011.