Portugal está a preparar a saída de Gaza de 16 portugueses e um “conjunto alargado de palestinianos” com ligações a Portugal, através do Egito, onde ficarão em acolhimento temporário durante alguns dias antes de serem trazidos para o país.
O anúncio foi feito pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, em Bruxelas, que rejeitou a terminologia de “operação de resgate”, descrevendo a situação como uma “retirada”.
“Desde o princípio que temos estado em contacto permanente com as autoridades israelitas e egípcias. O que temos pronto é a possibilidade de os acolher temporariamente, por dois ou três dias, no Egito, e depois trazê-los para Portugal. Não gostaria de dramatizar com esse tipo de terminologia, uma operação de resgate, é simplesmente a retirada de portugueses do Egito, a partir do momento em que possam sair de Gaza", afirmou o governante.
Depois de uma reunião dos chefes de diplomacia da União Europeia, Gomes Cravinho garante não teve conversas sobre o alegado convite a Centeno para primeiro-ministro.
“Não colocamos essas questões. Houve manifestações de surpresa e solidariedade, não mais que isso”, adiantou.
O ministro acredita, no entanto, que a atual conjuntura que se vive em Portugal não irá prejudicar o investimento externo no país.
“Quem toma decisões em relação a investimentos, fá-lo numa lógica de médio, longo prazo. Portanto, as circunstâncias políticas que são conjunturais não são entendidas como um fator preponderante. Os investidores sabem que a situação económica é a mesma que era há 10 dias atrás e isso não vai prejudicar Portugal”, considerou.