O crédito malparado está em queda, mas ainda não chega, segundo o relatório de estabilidade financeira de dezembro, do Banco de Portugal.
Segundo o regulador, os créditos em incumprimento caíram 3,6 pontos percentuais no primeiro semestre, graças ao crescimento económico e à subida do preço das casas, mas é preciso descer ainda mais o malparado e diversificar os ativos, neste momento muito concentrados no imobiliário. Esta é uma preocupação já manifestada também pelo FMI
O preço das casas subiu 33% em Portugal nos últimos cinco anos, uma sobrevalorização “limitada”, segundo o Banco de Portugal, que admite que este é um dos fatores de risco para a estabilidade da banca, pese embora já se note um ligeiro abrandamento dos preços.
O regulador sublinha ainda que esta recuperação surge depois de uma queda significativa, os níveis são semelhantes a 2008 e a economia está a recuperar desde 2013.
O Banco de Portugal pede prudência no pagamento de dividendos, um recado que surge quando o BCP e a Caixa Geral de Depósitos se preparam para distribuir lucros pelos acionistas pela primeira vez, desde a crise.
A banca está mais rentável, segundo o Banco de Portugal, sobretudo graças à diminuição das imparidades de crédito, apesar do ainda elevado nível de crédito malparado e de o retorno do capital não ser suficiente para compensar os custos. Mas os desafios impõem políticas prudentes na aplicação dos resultados, diz o Banco.
O Governo está a contar com dividendos da Caixa Geral de Depósitos, que no Orçamento do Estado para 2019 podem chegar aos 200 milhões de euros.