Sindicato diz que rutura nas urgências "é preocupante, real e pode alastrar"
27-09-2023 - 10:17
 • João Cunha João Cunha

Médicos já fazem milhões de horas extra a mais para além daquelas a que estão obrigados. Por isso, Sindicato Independente dos Médicos diz que factos vão obrigar o governo a rever diploma que prevê aumentos de 3,1 por cento.

O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) não tem dúvidas: a rutura dos Serviços de Urgência é uma realidade em vários hospitais do pais, com impacto na capacidade de resposta do Serviço Nacional de Saúde.

A situação é real, muito preocupante e pode alastrar até ao final do ano", indica o presidente do SIM. Assim sendo, Jorge Roque da Cunha considera que "ao governo não resta outra alternativa senão investir no SNS".

"Mais uma vez, o nosso apelo é para que o semnhor ministro das Finanças e o senhor primeiro-ministro consigam criar as condições para que os portugueses - particularmente os que têm mais dificuldades - tenham acesso aos cuidados de saúde", diz Roque da Cunha.

Mesmo sem o acordo com os sindicatos, o Governo aprovou em Conselho de Ministros o diploma relativo ao regime de dedicação plena no SNS, recebendo em troca um aumento de “cerca de 33%” nos vencimentos, no início de carreira”. E aprovou também a generalização das Unidades de Saúde Familiares.

"A proposta de aumento de 3,1 por cento está muito longe dos cerca de 22 por cento de perda de poder de compra dos médicos", sublinha Jorge Roque da Cunha. E por isso, o Sindicato vai prosseguir "com esta forma de luta e outras que teremos de encontrar, depois da promulgação do diploma", que já estará em Belém, para que o governo reveja a sua decisão, unilateral.

"Não temos qualquer duvida que os factos vão obrigar o governo a rever esta posição, porque é insustentável o numero de doentes sem médico de familia, é insustentável haver listas de espera nas consultas e o governo, assim sendo, não poderá ter outra atitude senão investir no SNS".