Operação Miríade. Prisão preventiva para dois arguidos
10-11-2021 - 14:14
 • Lusa

Alegado líder da rede criminosa foi um dos que ficou em preventiva. Quatro arguidos ficaram com suspensão de funções e oito proibidos de sair do país.

O juiz de instrução Carlos Alexandre decidiu aplicar a medida de coação mais gravosa – prisão preventiva – a dois dos 11 arguidos detidos no âmbito da Operação Miríade, divulgou o Juízo de Instrução Criminal de Lisboa, nesta quarta-feira.

O juiz de instrução aplicou também medidas de suspensão do exercício de profissão a quatro arguidos, bem como proibições de contactos e de se ausentar do país a oito arguidos, sem especificar os nomes a quem foram atribuídas as respetivas medidas.

Os nove arguidos que ficaram sem medida privativa de liberdade terão a obrigação de apresentações periódicas nas autoridades.

O alegado líder da rede criminosa, Paulo Nazaré, é um dos dois arguidos a quem foi decretada prisão preventiva, revelou fonte ligada ao processo.

O outro arguido, avança a mesma fonte, será o alegado braço-direito do cabecilha da rede criminosa, Wilkar Almeida.

O anúncio das medidas de coação surgiu ao fim de quase cinco horas de diligência no Campus da Justiça, nesta quarta-feira, que deram continuidade ao interrogatório dos arguidos iniciado na tarde de terça-feira.

Dos 11 arguidos, apenas cinco decidiram prestar declarações perante o juiz Carlos Alexandre.

Em 8 de novembro, a Polícia Judiciária (PJ) executou 100 mandados de busca e fez 11 detenções, incluindo de militares, um advogado, um agente da PSP e um guarda da GNR, no âmbito da Operação Miríade, num inquérito dirigido pelo Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa.

Em causa está a investigação a uma rede criminosa com ligações internacionais que "se dedica a obter proveitos ilícitos através de contrabando de diamantes e ouro, tráfico de estupefacientes, contrafação e passagem de moeda falsa, acessos ilegítimos e burlas informáticas", com vista ao branqueamento de capitais.

Em comunicado, o Estado-Maior-General das Forças Armadas (EMGFA) revelou que alguns militares portugueses em missões da ONU na República Centro-Africana podem ter sido utilizados como "correios no tráfego de diamantes", adiantando que o caso foi reportado em dezembro de 2019.


[Notícia atualizada às 16h30 com indicação dos dois arguidos em prisão preventiva]