A Montepio Geral Associação Mutualista (MGAM) e a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) assinaram esta sexta-feira um memorando de entendimento que possibilita a participação da Santa Casa no capital do banco da associação.
"O memorando agora assinado contempla a possibilidade de uma participação da SCML na Caixa Económica Montepio Geral, abrindo o caminho para a participação de outras instituições" no capital do banco, lê-se num comunicado divulgado pelo Montepio.
Nesse sentido, as duas partes "comprometem-se a encetar negociações" e a "acordarem as condições em que se poderá vir a concretizar a participação da SCML e de outras entidades da economia social na Caixa Económica Montepio Geral".
A MGAM e SCML decidiram também acordar "eventuais ajustamentos do modelo de governo" do banco, "em moldes que permitam, com pleno respeito pela independência do órgão de administração, contemplar mecanismos adequados de salvaguarda do valor e da participação dos seus accionistas".
Por fim, as duas entidades acordaram também analisar "o alargamento do seu entendimento a outras áreas, nomeadamente a da saúde, nas suas diferentes vertentes, e a outras áreas de intervenção e apoio social".
No final de Março, o ministro Vieira da Silva disse que o Governo vê com "simpatia e naturalidade" a eventual entrada da SCML e de outras instituições da área social no capital da Caixa Económica Montepio Geral.
Depois, em Maio, o provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML), Pedro Santana Lopes, disse que teria uma decisão fundamentada sobre uma eventual entrada no capital da Caixa Económica Montepio Geral até ao final de Junho.
Na quinta-feira, em entrevista Renascença/Público, Pedro Santana Lopes, provedor da Santa Casa da Misericórdia, disse que ainda "as notícias que disseram que o processo estava à beira de ser concluído não eram manifestamente exageradas, eram absolutamente exageradas" e acrescentou que não se sentia obrigado a avançar com o negócio. "Ninguém me leva para onde eu não quero ir".