A Cáritas Diocesana de Viseu vai recuperar quatro casas de habitação para alojar 16 pessoas, integradas na Bolsa Nacional de Alojamento Urgente e Temporário.
De acordo com a nota da diocese, as habitações serão destinadas a vítimas de violência doméstica, refugiados e sem-abrigo.
“Adquirimos essas quatro casas e fizemos a candidatura ao Plano de Recuperação e Resiliência Português (PRR) e foi aprovada. Estamos, neste momento, a realizar o concurso público para escolher o empreiteiro que há de fazer a obra”, adianta o presidente da instituição, diácono Felisberto Marques.
As habitações deverão estar disponíveis no prazo de um ano e o investimento é superior a 350 mil euros, contando com apoio de 80% do PRR.
A Cáritas de Viseu está empenhada, também, em encontrar novas instalações para a creche da instituição.
Segundo o diácono Felisberto Marques, o projeto já existe e falta apenas definir um local para a construção de raiz de novas instalações.
“Achamos que não é a melhor localização, uma vez que funciona no primeiro andar do edifício e não estamos livres de haver ali um acidente”, explicou em declarações citadas pela diocese, exemplificando que existem vários constrangimentos em caso de situação de emergência que obrigue a uma evacuação.
Melhorar as condições de conforto e de segurança às crianças é o grande objetivo do projeto que vai também aumentar a capacidade de oferta de 25 para 42 vagas, num investimento de cerca de 150 mil euros.
A candidatura para apoio será feita até ao final do mês de março para também vir a ter um apoio de cerca de 80% do PRR.
Concluída a mudança de instalações, o espaço atual será recuperado para funcionar como apartamentos que servirão como fonte de receita para a instituição.
2023 em números
Em 2023, a Cáritas Diocesana de Viseu fez 2.546 atendimentos, apoiou 1.988 famílias, abrangendo um leque de 6.610 pessoas.
A nível monetário, deu um apoio de 18.528 euros através do fundo solidário diocesano da Cáritas e, através do fundo nacional, foi utilizada a verba de 2.960 euros, que totaliza um montante de cerca de 21.500 euros.
Segundo a instituição, no que toca aos atendimentos, a maioria das pessoas que atualmente procura ajuda é a comunidade brasileira.
Já as famílias em maior dificuldade são maioritariamente pessoas que estão desempregadas ou que, apesar de terem rendimentos, têm dificuldades em fazer face às despesas.
“As pessoas vêm até nós porque sentem necessidade de apoio, vêm buscar algo que lhes faz falta e que é essencial mesmo para a sua própria dignidade”, assinala o presidente da instituição, acrescentando que os pedidos são sobretudo de alimentos, agasalhos ou apoios para medicação, aquecimento, transporte e pagamento da renda de casa.
O presidente da Cáritas de Viseu acrescenta, ainda, que através da Loja Social foram ajudadas 350 famílias, destas 167 procuraram ajuda alimentar.
“Habitualmente vamos distribuindo alimentos que vamos recolhendo nas grandes superfícies. Contudo, a dispensa já está praticamente vazia, o que vai levar a instituição a adquirir bens nas próximas semanas”, explica o presidente, apelando, a quem quiser, para fazer donativos, “serão recebidos com agrado”.