Futebol sem público “vai ser uma espécie de redução de cozido à portuguesa"
20-05-2020 - 10:50
 • Marta Grosso , Anabela Góis (moderação do debate)

Jacinto Lucas Pires e Henrique Raposo comentam a situação financeira da TAP, que poderá levar ao despedimento de 1.700 trabalhadores, e o regresso do futebol, sem público nos estádios.

Os números conhecidos sobre a situação da TAP “são assustadores”, diz Jacinto Lucas Pires nesta quarta-feira, dia em que a Renascença levanta o véu sobre a situação financeira da companhia aérea portuguesa.

Comentando as previsões do que poderá ser o futuro, o comentador diz que, “antes, temos de ver o presente” e considera “que vai ser muito difícil chegar a um acordo”.

Na opinião de Lucas Pires, Portugal precisa de uma companhia bandeira: “vivemos num país periférico com ligações a várias partes do mundo, com emigração por todo o mundo”, justifica.

Henrique Raposo, que partilha o espaço de comentário no programa As Três da Manhã, manifesta dúvidas sobre esta perspectiva, “porque andamos a injetar dinheiro na TAP há anos a fio” e “não foi a Covid que provocou um problema” na empresa.

“A TAP é um problema crónico de má gestão crónica ou de gestão impossível”, defende.

Em debate esteve também o regresso do futebol aos estádios. Vai haver 90 jogos em menos de dois meses, mas sem público. Na opinião de Jacinto Lucas Pires,

“vai ser uma espécie de ‘redução’ de cozido à portuguesa".

Contudo, poderá “trazer alguma sensação de normalidade e se calhar vai resolver algumas crises de saúde mental coletiva”, pelo que “é positivo”, diz.

Henrique Raposo é mais crítico do facto de os jogadores não se poderem abraçar.

“Não há grupo de seres humanos mais protegidos, mais medicados, mais testados do que os jogadores profissionais. Não há risco nenhum!”, sustenta.