A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) considera que o novo diploma do regime jurídico da dedicação plena para os médicos, aprovado esta quinta-feira, não "é apelativo e não vai resolver o problema dos médicos".
O Governo aprovou o diploma do novo modelo de dedicação plena das Unidades de Saúde Familiar (USF) e criou as condições para generalizar o mesmo modelo, de equipas multiprofissionais auto organizados, nos hospitais.
Em reação, à Renascença, a presidente da FNAM refere que o Governo "não incorporou nenhuma das propostas" feitas durante as negociações nas medidas agora aprovadas.
"Encontramos problemas graves, porque o que está a ser propagandeado é que é uma generalização do atual modelo, mas isso não é verdade. É um modelo que não foi testado e que é inferior", indica.
Joana Bordalo e Sá afirma que a FNAM vai pedir a fiscalização preventiva de avaliação da constitucionalidade do diploma, por entender que há "situações que têm de ser revistas".
"O que vemos no dia a dia, nos hospitais que visitamos, é que precisamos de um ministro que perceba de Saúde", critica.
Foi também aprovada a possibilidade de os especialistas hospitalares poderem constituírem equipas autónomas para assegurar cuidados nas áreas das urgências, na saúde mental e na medicina interna.
Para a presidente da FNAM, é difícil que um novo modelo de organização funcione se continuam a faltar médicos.
Joana Bordalo e Sá aponta que é preciso "um trabalho devidamente remunerado", mas também indica que é necessário "salvaguardar os descansos, as jornadas diárias têm de ser salvaguardadas e, efetivamente haver alguma compensação para este trabalho exigente".