A Polícia Judiciária (PJ) concretizou a extradição da Croácia para Portugal de um cidadão estrangeiro suspeito de burla informática, fraude fiscal e branqueamento de capitais, entre outros crimes, envolvendo fundos superiores a 250 mil euros.
Segundo adianta a PJ em comunicado, o mandado de detenção europeu (MDE) visando o suspeito, de 30 anos, foi emitido pelo procurador do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) da Amadora e em causa está uma investigação transnacional complexa, referente ao `modus operandi´ conhecido por "Business Email Compromise", que se traduz na exploração das vulnerabilidades das comunicações eletrónicas de determinadas empresas, seguido de intromissão no sistema informático das vítimas.
"Ao apurar a existência de uma relação de negócio com terceiros, o agente do crime substitui-se ao credor e envia uma mensagem eletrónica falsa ao devedor, similar às mensagens originais, solicitando alteração de pagamento para uma conta bancária nova, aberta exclusivamente para acolher os fundos ilícitos", refere a PJ, através da Unidade de Cooperação Internacional (UCI), com o apoio da Unidade Nacional de Combate ao Cibercrime e à Criminalidade Tecnológica (UNC3T) da Judiciária.
Os factos remontam a 2021, quando a PJ teve conhecimento de que o suspeito tinha constituído duas empresas em Portugal e procedido à abertura de seis contas bancárias, em nome individual, e nove contas em nome das duas empresas, onde circularam fundos superiores a 250 mil euros resultantes da prática de crimes.
De acordo com a PJ, as diligências de investigação permitiram apurar que o suspeito terá lesado vítimas no Reino Unido, Estados Unidos, Singapura, Austrália, Espanha, França e Alemanha, além de Portugal.
No conjunto, terão sido praticados crimes de branqueamento, burla informática e nas comunicações, falsificação de documentos, acesso ilegítimo, falsidade informática e fraude fiscal.
O suspeito foi já submetido a primeiro interrogatório judicial tendo-lhe sido aplicada a medida de coação de prisão preventiva.