O Bloco de Esquerda pediu a presença do presidente do Tribunal de Contas, Vítor Caldeira, na comissão de inquérito sobre a Caixa Geral de Depósitos (CGD).
"A intenção da audição é muito simples e tem a ver
com o relatório sobre o controlo que é feito pelo Estado ao seu sector
empresarial e que demonstra que o anterior Governo, apesar de ter estabelecido
algumas metas estratégicas, nunca fez o controlo sobre se essas metas estavam a
ser atingidas e que medidas estava a CGD a implementar para atingi-las",
argumenta o deputado Moisés Ferreira.
Nos passos perdidos do Parlamento, o deputado bloquista
acusou ainda o executivo de Passos Coelho e Paulo Portas de "ignorar e não
levar em linha de conta os relatórios trimestrais enviados pela CGD ao accionista
Estado, através do Ministério das Finanças, para aprovar as contas da CGD e,
mais grave, mostravam já uma acumulação de imparidades e a sua exposição a
maiores riscos de incumprimento e a deterioração do capital".
O pedido do Bloco acontece no dia em que foi divulgado um relatório do Tribunal de Contas sobre o sector empresarial do Estado que aponta fragilidades ao nível do controlo do accionista Estado sobre o banco público entre 2013 e 2015.
A ex-ministra das Finanças Maria Luís Albuquerque e o ex-primeiro-ministro Pedro Passos Coelho não compreendem as conclusões do Tribunal de Contas referentes ao período em que estavam no Governo.
“Não entendo exactamente em que contexto é que, eventualmente, a Inspecção Geral de Finanças pudesse acrescentar transparência ou melhor controlo [sobre a CGD]. Sendo uma entidade do sector financeiro, tem exigências muito superiores”, disse Maria Luís Albuquerque, ressalvando que apenas soube da existência do relatório pelas notícias difundidas esta terça-feira.
Pedro Passos Coelho rejeitou qualquer falta de transparência no controlo da Caixa entre 2013 e 2015, destacando um "nível de auditoria com profundidade e exigência muito maior" do que no passado.
[notícia actualizada às 18h58]