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Uma possível desaceleração no desconfinamento na zona de Lisboa e Vale do Tejo faz sentido, ddefende Teresa Leão, investigadora e membro do Conselho Nacional de Saúde, no âmbito da avaliação permanente à evolução da pandemia.
"O que está em cima da mesa é a lentificação do desconfinamento e ter um país a duas velocidades. Pode fazer sentido para travar o contágio na rua, nas lojas de grande dimensão, nas creches e ATL. Não é descabida a opção e mostra a atenção sobre evolução da epidemia nas diferentes regiões portuguesas e que estamos interessados em controlar a mesma, mesmo que tenhamos de manter algumas atividades fechadas", afirma Teresa Leão, em declarações à Renascença.
A investigadora considera ainda que, tendo em conta um crescimento de casos na margem sul, os cuidados para que se evite o contágio devem ser seguidos e que a avaliação cabe também a cada cidadão, ponderando bem, as situações que poderá correr maior risco.
"Este balanço entre atividade laboral, economia, atividade social e controlo da doença tem de ser feito, não só pelo governo, mas a nível individual. Perceber o que é essencial, no nosso dia-a-dia, o que vale a pena correr o risco, deixar ficar para mais adiante quando tudo estiver mais controlado", remata.
A Renascença apurou que o Governo vai ponderar até ao conselho de ministro desta sexta-feira o adiamento da abertura de centros comerciais na zona de Lisboa e Vale do Tejo devido à situação de contágio por Covid-19 que se verifica nesta região.
A hipótese foi colocada pelo primeiro-ministro, António Costa, na reunião que esta quinta-feira juntou especialistas, dirigentes políticos e responsáveis de vários setores da sociedade no Infarmed, em Lisboa.
A possibilidade de a zona de Lisboa e Vale do Tejo, o atual epicentro da propagação de Covid-19 em Portugal, ter regras diferentes de desconfinamento foi lançada esta quinta-feira, durante a habitual reunião com os especialistas do Infarmed.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa admitiu que a situação de Lisboa e Vale do Tejo "merece uma especial atenção e preocupação", com medidas "de ajustamento".
Ricardo Batista Leite, do PSD, esteve presente na reunião e diz que o governo prometeu ponderar adiar a terceira fase de desconfinamento na região.
Portugal regista 1.369 mortes (mais 13 que na quarta-feira) e 31.596 casos confirmados (mais 304, número mais alto desde 8 de maio e que supõe um aumento de 1%) de infeção pelo novo coronavírus, segundo o boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS).
O relatório desta quinta-feira, com dados atualizados até às 00h00 de quarta-feira, mostra uma subida de 288 no número de recuperados, para um total de 18.637, que compõe 59% dos casos confirmados. Há mais três casos ativos: sobe para 11.590.
Um total de 87% dos novos casos registados nas últimas 24 horas ocorreram na região de Lisboa e Vale do Tejo.