Cerca de 50 a 55 farmacêuticos do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) vão entregar, esta terça-feira, pedido de escusa de responsabilidades, face à sobrecarga do trabalho.
À Renascença, o bastonário da Ordem dos Farmacêuticos explica que o “pedido de escusa resulta do facto de os colegas sentirem que não estão reunidas as condições para que possam exercer adequadamente as funções em segurança e com segurança para os doentes”.
“É um ato de fim de linha e apenas é feito em desespero. É o terceiro hospital do SNS onde isto acontece. E é um problema que se vem agudizando com a saída de profissionais ou porque se reformam ou porque não são renovados os contratos dos farmacêuticos contratados durante a pandemia”, assinala Hélder Mota Filipe.
Já houve situações semelhantes no Centro Hospitalar e Universitário do Porto e no IPO do Porto.
Os profissionais vão apresentar o pedido de escusa de responsabilidades junto da administração daquele hospital por estarem “sistematicamente sobrecarregados”.
Os pedidos ainda não chegaram à ordem, no entanto, o bastonário refere que têm “conhecimento da situação que tem que ver basicamente com a falta de condições”.
De acordo com Heéder Mota Filipe, “no último levantamento da ordem nos hospitais do SNS, em cada 100 farmacêuticos faltam cerca de 250 a 300”.
“Não se trata de dificuldades no mercado, o Governo é que não abre concursos nem vagas para a contratação de mais profissionais”, acusa.
O problema não é regional, está a acontecer no SNS de uma forma geral” e avisa que “pode acontecer em mais hospitais do país”.