Para Paulo Rangel, a questão do "sofagate" foi mais uma tomada de posição por parte da Turquia sobre o que pensa dos valores europeus. Erdogan, poucos dias antes, tinha denunciado a Convenção de Istambul contra a Violência Contra as Mulheres, "o que, só por si, já era um acto provocatório para esta visita, no fundo dizendo que não se revia nos valores europeus", afirma o social-democrata. Para Rangel, a posição de Charles Michel também sai fragilizada deste episódio: "Tanto Borrell com a visita à Rússia, como agora Michel com esta questão, vieram mostrar que Michel não tem estado à altura da posição de presidente do Conselho Europeu e que este caso o coloca numa posição de fragilidade". Segundo ponto, afirma o eurodeputado do PSD, "é a debilidade da UE que fica aqui clara. É, no fundo, mais um revés para a diplomacia da UE, sobretudo em relação a estas duas potências - Rússia e Turquia. Bruxelas não está a conseguir impôr-se perante dois ditadores, porque é disso que se trata".
Para José Luís Carneiro, esta visita à Turquia foi "caricata" e, para o socialista, "é o momento de a União Europeia afirmar o seu projectod e valores fundametais que até têm inspirado váias Constituições democráticas". A Europa não deve fazer essa afirmação só do ponto de vista político, mas também na sua vida institucional e na relação quotidiana com os outros". "Há um episódio que, em termos de imagem externa da UE, mostra que é preciso trabalhar no edifício normativo, mas depois na prática é preciso ter atitude".
Este conteúdo é feito no âmbito da parceria Renascença/Euranet Plus – Rede Europeia de Rádios. Veja todos os conteúdos Renascença/Euranet Plus