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O Presidente dos Estados Unidos terá telefonado ao Presidente das Filipinas para lhe dar os parabéns pelo combate que tem feito ao tráfico de droga no seu país.
Segundo uma transcrição da conversa de 29 de Abril, que foi publicada nas Filipinas, Donald Trump não poupou elogios ao desempenho de Rodrigo Duterte neste campo.
“Queria só dar-lhe os parabéns porque ouvi falar do trabalho incrível que está a levar a cabo em relação ao problema das drogas. Muitos países têm este problema, nós temos um problema, mas você está a fazer um grande trabalho e queria apenas ligar para dizer isso”.
Os excertos da transcrição foram publicados nos Estados Unidos pelo “New York Times” que confirmou, junto de fonte da Casa Branca, que esta é uma representação precisa da conversa que os dois chefes de Estado tiveram.
Desde que Duterte tomou o poder, no dia 30 de Junho de 2016, cerca de nove mil pessoas ligadas ao tráfico, ou meros toxicodependentes, foram assassinadas extrajudicialmente.
Duterte foi, aliás, eleito com base em promessas de acabar com a criminalidade, custe o que custar, e as técnicas de “combate à droga” que tem usado enquanto Presidente são o espelho do que fazia enquanto autarca, havendo informação não confirmada de que nessa altura ele mesmo participava num grupo armado que assassinava traficantes.
Vários grupos de direitos humanos têm criticado Duterte e os bispos católicos do país mandaram ler uma declaração em todas as missas do país condenando o “reino de terror” causado pelas políticas do Presidente.
Duterte não só não se parece preocupar com as críticas como até se orgulha delas. Num comício em Setembro de 2016 disse publicamente que “Hitler massacrou três milhões de judeus. Agora, há aqui três milhões de viciados [em drogas]. Gostaria de matá-los a todos.”
Noutra ocasião disse que “muitos ainda vão ser mortos até que o último traficante desapareça das ruas. Até que o último fabricante de drogas seja morto, nós vamos continuar”.
No final da conversa, segundo a transcrição citada pelo "New York Times", Trump convidou Duterte a visitar os Estados Unidos para se encontrar com ele na Sala Oval.