Coronavírus. Tudo o que preciso de saber para me manter seguro
19-03-2020 - 06:18
 • Dina Soares

Quem deve usar máscara? Dos conselhos de higiene ao respeito pela distância social e pelas regras da etiqueta respiratória. Saiba como viver num mundo em pandemia e confira os conselhos dos especialistas.

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A prevenção é a arma mais eficaz para lutar contra o novo coronavírus. Todos os dias surgem novos conselhos para nos protegermos e a mãe de todas as regras continua a ser: lavar as mãos.

Lave as mãos frequentemente, por exemplo, sempre que se assoar, tossir ou espirrar, ou após contacto direto com pessoas doentes. Outra regra de ouro: lavar as mãos sempre que tiver de sair de casa -- à saída e à chegada.

E não basta passar por água. É preciso lavar com sabão e esfregar toda a superfície da mão, incluindo a zona entre os dedos e as costas das mãos. A lavagem deve durar 20 segundos – o tempo de cantar os “Parabéns” – com água e sabão ou com uma solução à base de álcool a 70%. Aqui fica um vídeo para explicar melhor:

Atenção ao tossir e espirrar

Outra regra de ouro é a chamada etiqueta respiratória. Nem mais nem menos do que tapar o nariz e a boca quando espirrar ou tossir, com um lenço de papel ou com o antebraço e nunca com as mãos. Deitar sempre o lenço de papel no lixo.

Mesmo com estes cuidados, é muito importante não tocar na cara (olhos, nariz e boca), não partilhar objetos ou comida – os telemóveis são um bom exemplo – e evitar o contacto com pessoas com infeção respiratória.

Porque não devo usar máscara?

O uso da máscara, que tanta polémica tem causado, é aconselhado a suspeitos de infeção ou a quem preste cuidados a pessoas doentes.

Quem não tem sintomas não deve usar máscara, por duas razões apontadas pela Direção-Geral de Saúde (DGS). Em primeiro lugar, o uso incorreto da máscara pode aumentar o risco de infeção. Em segundo lugar, dá uma falsa sensação de segurança que pode levar ao esquecimento de outras medidas mais importantes.

Neste contexto, escusado será dizer que todas as viagens são altamente desaconselhadas, quer pela Organização Mundial de Saúde quer pela DGS.

Os grupos de risco – idosos ou pessoas com doenças crónicas, como por exemplo doenças cardíacas, diabetes e doenças pulmonares – devem ser ainda mais rigorosas na observância destas regras, limitar todos os contactos não essenciais e evitar multidões.

SMS diárias com conselhos

A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil e a Direção-Geral da Saúde decidiram relembrar diariamente estas regras e começaram esta semana a enviar, pela primeira vez, SMS para todos os telemóveis ativos em Portugal.

A primeira terá chegado a mais de 9 milhões de pessoas. O texto segue em português, inglês e espanhol.

Porque é que devo seguir estes conselhos?

Todas estas medidas servem para evitar a transmissão de um vírus que passa tanto através do contacto com pessoas infetadas como através de superfícies ou objetos inanimados.

As gotículas libertadas pelo nariz ou boca quando tossimos ou espirramos, que podem atingir diretamente a boca, nariz e olhos de quem estiver próximo, podem também depositar-se nos objetos ou superfícies que rodeiam a pessoa infetada, sobreviver, e infetar quem tocar nessas superfícies.

É também bom ter em conta que uma pessoa pode estar infetada sem saber. Estima-se que o período de incubação da doença (tempo decorrido desde a exposição ao vírus até ao aparecimento de sintomas) seja de entre dois a 14 dias.

Só quem tem sintomas transmite Covid-19?

A transmissão por pessoas assintomáticas ainda está a ser investigada.

Também não há, atualmente, nada que prove que a doença se transmite pelos alimentos. Nas epidemias recentes de outras estirpes de coronavírus – SARS (Síndrome Respiratória Aguda Grave) em 2002-2003, e MERS (Síndrome Respiratória do Médio Oriente) em 2012 – não se transmitiam. Mesmo assim, é bom não facilitar nas regras de higiene durante a manipulação, preparação e confeção dos alimentos.

Para começar, lavar bem as mãos (sempre) e desinfetar as bancadas. É ainda importante evitar a contaminação entre comida crua e cozinhada e não partilhar comida ou objetos entre pessoas durante a sua preparação, confeção e consumo.


Não vá ao hospital, ligue

Se começar a ter sintomas de infeção respiratória aguda ligeiros a moderados, como sejam febre superior a 37,5ºC, tosse ou dificuldades em respirar; ou se tiver regressado recentemente de uma área afetada ou tiver estado em contacto com uma pessoa infetada deve ligar para o SNS24 (808 24 24 24).

Se não conseguir contactar o SNS24, pode sempre contactar um centro de telemedicina. Deixamos uma sugestão: a BetterNow disponibiliza uma plataforma para consultas médicas online, tem agora uma equipa de médicos voluntários que reforçam a equipa habitual e que estão disponíveis para dar indicações a quem precisar de ajuda.

Algumas seguradoras estão igualmente a oferecer aos seus associados serviços especialmente complementares dedicados à pandemia de Covid-19. É o caso da Multicare, que disponibilizou, no seu site, um avaliador de sintomas. Se o diagnóstico o justificar, poderá fazer uma consulta de medicina online.

Se não tiver sintomas, mas começar a sentir-se muito só, ansioso, preocupado ou com dúvidas, há sempre quem esteja do outro lado da linha para conversar e esclarecer dúvidas. Aqui ficam alguns contactos importantes a que pode recorrer.


- Linha SOS voz amiga (213 544 545 / 912 802 669 / 963 524 660 das 16 às 24h, ou 800 209 899 das 21 às 24h)

- Telefone da amizade (28 323 535 das 16 às 23h)

- Conversa Amiga (210 027 159, das 15 às 22h, *0,07€ no 1º minuto e, a partir do 2º minuto 0,026€ (horário normal) e 0,008€ (horário económico)

Linha SOS Palavra Amiga (232 42 42 82, das 21 às 01h).

- Linha do Cidadão Idoso (800 203 531)

- Linha de Apoio à Vítima: 707 20 00 77

- Serviço de Informação a Vítimas de Violência Doméstica: 800 202 148

E em tempos de quarentena, com as crianças em casa muitos pais procuram ajuda para falarem com os seus filhos sobre o Covid-19.

Na Renascença, Sofia Ramalho, vice-presidente da Ordem dos Psicólogos, explica que os pais devem encontrar espaço e tempo para explicar às crianças o risco real do coronavírus, sem entrar em alarmismos, não expondo em demasia as crianças às notícias sobre a pandemia.

Perante uma ameaça invisível e que pode estar em casa esquina, cada pessoa é assaltada por uma dúvida diferente.

A Renascença está a levar à antena especialistas que respondem a todas as questões colocadas pelos ouvintes. Talvez alguém já tenha perguntado aquilo que quer saber. Veja aqui se as suas dúvidas já foram esclarecidas: