O ministro das Finanças defendeu esta segunda-feira que o Orçamento do Estado para 2024 (OE 2024) “dá resposta ao quadro de incerteza” económico-financeira, adensado pelo agravamento das tensões no Médio Oriente, mas reconheceu que há “sinais negativos” visíveis.
“Nós temos o nosso orçamento preparado para fazer face a cenários adversos e que são neste momento muito incertos”, disse Fernando Medina, à entrada para uma reunião dos ministros da zona euro, no Luxemburgo, com a participação da Secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen.
Questionado sobre a possibilidade de o ressurgimento de um grande conflito no Médio Oriente piorar as perspetivas do Governo vertidas na lei orçamental, o ministro insistiu que a proposta de OE 2024 “dá resposta ao quadro de incerteza”.
"É cedo ainda para antevermos o desfecho dos impactos económicos desta realidade, o que sabemos é que a incerteza é grande, os sinais de caráter negativos são evidentes. O que temos feito ao longo do tempo é adaptarmos os nossos instrumentos àquelas que são as necessidades em cada conjuntura”, acrescentou Fernando Medina.
O ministro das Finanças rejeitou entrar no “exercício da especulação” quanto ao pior cenário possível, como o preço do barril de Brent poder estar acima dos 100 dólares: “Interessa-me muito pouco […]. A especulação em si é um exercício muito pouco útil para os portugueses”.